O nosso idioma // Bordões linguísticos Então mas o que é isto? «Certas modas linguísticas – escreve o humorista português na sua crónica Boca do Inferno, na revista Visão de 23/03/2017 – ficam circunscritas a determinados meios (por exemplo, a expressão "quando assim é" quase não é usada fora do âmbito das entrevistas rápidas que ocorrem após um jogo de futebol), outras estão limitadas a uma faixa etária (é raro ouvirmos um maior de quarenta anos dizer que determinada coisa é "top"), mas há algumas que ultrapassam as barreiras da idade e da origem social, e infectam uma sociedade inteira. [E há, agora,] a multiplicação de "entões". (...)» Ricardo Araújo Pereira · 24 de março de 2017 · 9K
O nosso idioma // História das reformas ortográficas O caos gráfico Até 1911, ano da entrada em vigor da sua primeira reforma ortográfica, a língua portuguesa – como recorda o autor, na Introdução do terceiro volume da antologia Paladinos da Linguagem (ed. Livrarias Aillaud e Bertrand, 1923) – era «o único dos grandes idiomas cultos europeus que não tinha ainda o seu cânone ortográfico seguro, coerente e fixo». Reinando até aí «o puro arbítrio de cada escritor ou escrevente», a verdade é que, onze anos passados da sua adoção como lei do país, seguida em todas as publicações oficiais e escolares, ainda se faziam ouvir, alto e em bom som, os ecos dos que se opunham às novas regras da escrita do português, elaboradas pelos filólogos portugueses Adolfo Coelho, Carolina Michaëlis de Vasconcelos, Cândido de Figueiredo, Gonçalves Guimarães, Gonçalves Viana, J.J. Nunes, José Leite de Vasconcelos e Júlio Moreira. Com as suas particularidades, como se explana – e contesta – no que a seguir se transcreve na íntegra. Agostinho de Campos · 22 de março de 2017 · 9K
O nosso idioma // Fonética Os papa-sílabas Crónica do escritor português Miguel Esteves Cardoso sobre um processo fonético típico do português de Portugal, em especial, da modalidade lisboeta de pronunciação, cada vez mais difundida por todo o país. Trata-se da extrema redução das vogais em sílabas átonas, sobretudo do e átono, que, na prática desaparece (benefício soa "bnfício"), fenómeno que leva, segundo o autor, qualquer falante do chamado "lisboetês" a transformar-se num "papa-sílabas". Miguel Esteves Cardoso · 9 de março de 2017 · 4K
O nosso idioma // Neologismos Venha o zangativo Crónica irónica do autor no jornal Público de 1/03/2017, apelando à consagração adjetivo "zangativo": «É pena não existir. (...) Já não há paciência para alternativas rebuscadas como insuportável ou encanitante. A pessoa que não se irrita nem se enfurece continua a ter o direito de se zangar, muito simplesmente. (...)» Miguel Esteves Cardoso · 1 de março de 2017 · 2K
O nosso idioma «Machista» e «heteropatriarcal», a língua portuguesa? «Se, numa sessão pública, por exemplo, me derem a ler um discurso encimado por um vocativo do tipo “Car@s Alun@s”, digam-me, mas digam-me com toda a sinceridade e com toda a honestidade e com toda a clareza: como é que se lê aquela arroba?» [Texto do linguista e professor universitário português João Veloso a propósito de género gramatical e regras de concordância, no contexto das discussão à volta do alegado machismo de certas fórmulas linguísticas, que se transcreve a seguir, com a devida vénia, da sua página pessoal.] João Veloso · 1 de março de 2017 · 10K
O nosso idioma // Expressão Oral A arte de bem comunicar «As palavras são a matéria-prima da comunicação, por isso, escolher as palavras certas é o primeiro passo», escreve – e exemplifica – Sandra Duarte Tavares neste texto publicado na edição digital da revista Visão do dia 21 de fevereiro de 2017. Sandra Duarte Tavares · 21 de fevereiro de 2017 · 6K
O nosso idioma // Léxico O verbo arrear e a forma arriar (...) Utilizada no 4.º programa da 9.ª série do magazine televisivo Cuidado com a Língua!, a expressão «arrear cabo»*, como aí foi grafada, concitou algumas perplexidades: não seria, antes, «arriar [o cabo]»? (...) * «Arrear (o) cabo» usa-se na linguagem náutico, quando, por exemplo, o mestre de uma rebocador manda libertar ou soltar o cabo amarrado ao cais ou ao navio que está a dar assistência de chegada ou de partida. Maria Regina Rocha · 20 de fevereiro de 2017 · 11K
O nosso idioma // Estrangeirismos Hoje, escrevo por defeito (e à condição) «À condição», em vez de «sob condição», e «por defeito» – tradução literal do inglês "by default" – são dois casos de «modismos mais ou menos tecnocráticos e de anglicismos forçados» apontados neste texto do autor, que se transcreve do jornal Público do dia 16/02/2017. António Bagão Félix · 16 de fevereiro de 2017 · 7K
O nosso idioma // O texto e a sua elaboração Breve ensaio sobre o plágio Se, do ponto de vista jurídico, a cópia-apropriação de um trabalho ou de uma obra de natureza intelectual está perfeitamente tipificada na lei e nos códigos de autoria – escreve D'Silvas Filho neste texto reflexão o conceito de plágio e a sua abrangência –, distinto já terá de ser o entendimento na utilização de palavras inventadas por terceiros ou com significante novo, como aconteceu com o vocábulo geringonça, em Portugal. D´Silvas Filho · 8 de fevereiro de 2017 · 4K
O nosso idioma // O português em Angola Língua e segurança nacional em Angola «(...) O chamado português de Angola, uma versão da língua-padrão, não pode ignorar o ensino da gramática. Se se adoptar essa versão – que eu não acredito que esteja histórica e geograficamente consolidada em Angola – mesmo assim, se, depois de adoptada oficialmente, o ensino primário continuar como está, não resolveremos o problema da proficiência linguística desse pretenso português de Angola», escreve neste texto* o escritor e jornalista angolano José Luís Mendonça*, à volta do português usado nas escolas, na administração, nas empresas ou na comunicação mediática do seu país, em que traça um quadro bem preocupante. * disponível no blogue da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia (AICL) José Luís Mendonça · 7 de fevereiro de 2017 · 6K