Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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«Vai para cinco anos – escreve neste artigo o autor, publicado no Diário de Notícias de 10/05/ 2006 –, tive ensejo de tecer críticas de vária ordem ao infelicíssimo Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa. Diga-se desde já que, na verdade, o dicionário não resulta do trabalho aturado dos académicos em comissões ou sessões que funcionassem com esse objectivo e muito menos resulta da sedimentação desse trabalho ao longo da existência da instituição. (...)»

[Sobre esta obra, e com opinião diferente, vejam-se ainda os artigos assinalados nos Textos Relacionados, nomeadamente Os méritos do dicionário da Academia das Ciências de Lisboa + Reflexões acerca do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa + Reflexões acerca do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa]

Vai para cinco anos, tive ensejo de tecer críticas de vária ordem ao infelicíssimo Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa. Diga-se desde já que, na verdade, o dicionário não resulta do trabalho aturado dos académicos em comissões ou sessões que funcionassem com esse objectivo e muito menos resulta da sedimentação desse trabalho ao longo da existê...

Ronald Koeman deixou de ser treinador do Benfica. Valha a verdade, sem deixar grandes saudades aos benfiquistas, que sonhavam com bem mais do que a excelente carreira da equipa na...

      1. «Acho que o grau de participação nestas eleições directas foram um sinal de força e de vitalidade que os militantes do partido deram ao partido e ao país», disse o reeleito presidente do PSD, Luís Marques Mendes, em declarações nas televisões portuguesas neste último fim-de-semana.
     Se o sujeito da frase é «o grau d...

«Se houvessem divergências doutrinárias, se houvessem divergências políticas de fundo, eu acho que estaríamos numa situação difícil.»

Quem disse este erro de palmatória é um deputado português, dirigente de um partido, o Partido Popular, que já foi foi Governo em Portugal.

Como é possível um ex-governante e deputado dar exemplos destes (passaram em todas as televisões e rádios nacionais)?

1. «Este depoimento (...) vem de encontro ao que os próprios médicos especialistas dizem: há vantagens efectivas na prática da hidroterapia.»1

O que se devia ter dito era «vem ao encontro de», ou seja, «está de acordo com». «De encontro a» significa contra, sugere o embate, a oposição, e não a harmonia.

(...)

      1.«O meu marido é um espectador semanal», leu na RTP-N ao jornalista Carlos Daniel, pronunciando a consoante "c" da palavra espectador.
     É muito frequente esta pronúncia, feita por contaminação com a palavra francesa. Mas em português não deverá ler-se essa consoante. Ela não é pronunciada na palavra espectáculo e, portanto, também não o deverá ser nas palavras da mesma família dessa: espectador, telespectador.

  

 1. «A Cruz de D. Sancho I, uma rara peça de ourivesaria europeia, do século XIII, encrostada de jóias»

     in A Dama dos Museus – Visita ao Museu em dez obras-primas ("Expresso", caderno "Actual", 22 de Abril de 2006)

     A Cruz de D. Sancho I, apesar de se tratar de uma peça do sé...

No "Jornal da Noite" da SIC (canal de televisão português), lia-se em rodapé, numa notícia intitulada "Crise na PJ":

     «PSD acusa governo de "impôr" "lei da rolha".»

     A forma "impôr" não é correcta, embora derive de pôr. É certo que na ortografia que ainda vigora em Portugal (a do Acordo Ortográfico de 1945) e no Acord...

1. «Ainda faltam apurar dois concorrentes»1

O verbo faltar tem de ir para o singular («ainda falta apurar dois concorrentes»), pois o que falta não são os concorrentes (plural), mas o seu apuramento (singular). O que é que falta? Apurar dois concorrentes.