Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa

Há um pouco a ideia de que o acréscimo de neologismos, quer na língua corrente, quer nas linguagens especializadas, resulta do maior contacto entre as línguas potenciado pela globalização, adquirindo predominância neste processo o inglês, enquanto língua franca de comunicação. E, na ausência de uma entidade de supervisão, que discipline e controle a entrada desses empréstimos, ela é feita de forma anárquica e desregulada.

O termo mobile vem actualmente associado a vários serviços relacionados com telemóveis: RTP Mobile, Mobile TV, MEO Mobile, ZON Mobile

O Acordo Ortográfico de 1990 passa a ser aplicado nas escolas  do ensino básico e secundário de Portugal a partir de Setembro de 2011 e, quatro meses mais tarde (...)

Apesar do seu uso (quase) generalizado, «há anos atrás» e congéneres são redundâncias que vale a pena repensar.

O verbo haver, associado a uma palavra que designa tempo, indica passado; o advérbio atrás significa, por sua vez, «tempo já passado; antes, anteriormente». Logo, o emprego simultâneo do verbo haver e do advérbio atrás é redundante.

Um anúncio da empresa Off&cina – Shoes & Coats, publicado no primeiro caderno do Expresso, de 20 de Novembro de 2010, chamou-me a atenção pela quantidade de situações susceptíveis de reparo e/ou reflexão em tão pouco texto.

Dizia apenas:

Off&cina – Shoes & Coats
PROCURAMOS MASTER-FRANCHISING PARA OS MERCADOS DE: ESPANHA-POLÓNIA-REPUBLICA CHECA-SUÉCIA-NORUEGA E CHINA
RESPOSTA AO EMAIL: V.RDESIGN@HOTMAIL:COM

E no pouco que diz, várias questões merecem análise:

«Carros incendiados, correria, tanques pelas ruas, polícias e criminosos de metralhadora em punho. O Rio de Janeiro passou a semana como cenário de um filme de ação, em clima de guerra civil, sob o ataque de fações criminosas. […] Uma adolescente de 14 anos, que estava em casa em frente do computador, morreu com um tiro no peito, atingida por uma bala perdida. Quando se imaginava que a violência iria recrudescer, aumentou

O Governo português aprovou, «de modo sorrateiro», a adesão do chamado “Acordo de Londres”, que substitui «quase integralmente o português pelo inglês na validação em Portugal do registo europeu de patentes» — insurge-se José Ribeiro e Castro, eurodeputado do CDS e presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, em artigo de opinião inserto no matutino Público de 25 de Novembro de 2010, que aqui se reproduz, com a devida vénia.

Esta frase dá a cara a um texto publicitário que passa no canal televisivo AXN, em Portugal, a anunciar, presumo eu, um qualquer filme de terror. Não é preciso ser a Miss Marple para comprovar o duplo assassínio: o da personagem vítima do acto sanguinário, claro, mas também o da sintaxe estropiada…

Discurso do presidente do Conselho de Administração do Observatório da Língua Português, por ocasião da apresentação pública do  seu novo espaço  na Internet, no dia 16 de Novembro de 2010, em Lisboa

Quero, em nome pessoal e do Conselho de Administração do Observatório da Língua Portuguesa, agradecer a presença de todos nesta sessão de apresentação pública do sítio do OLP na Internet e de assinatura de protocolos de cooperação com a PT – Comunicações, a Priberam, a Promithean e o Ciberdúvidas.

«Nunca me tinha apercebido de que a forma de falar de Coimbra era, em Lisboa, quase um sotaque», declara o professor universitário português Luís Campos e Cunha num texto à volta de como origens, percursos de vida e níveis etários deixam marcas lexicais e fonéticas no discurso dos falantes, criando muitas vezes barreiras sociais.