Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Desigualdades sociais, desigualdades linguísticas

Deverá a norma-padrão resistir à diversidade e à mudança, sem ser posta em causa? Ou a atitude certa é aceitar toda a variação linguística? E se estas atitudes tantas vezes em conflito acabam, afinal, por descurar os problemas sociais que condicionam o uso da língua? Acerca deste tipo de interrogações, o linguista brasileiro Aldo Bizzocchi manifesta a sua posição, num texto publicado no seu blogue Diário de Um Linguista (5/12/2018), do qual se salienta a seguinte frase, a propósito do papel da linguística: «[...] é fato que a diversidade linguística é um prato cheio para os cientistas da linguagem. Mas isso não quer dizer que os linguistas sejam contra a escolarização e o ensino da norma culta nas escolas – ainda que com todas as críticas que nossa gramática normativa merece e tem recebido.»

Fazer – um verbo a fazer as vezes de
Sobre os verbos gastos

Embora os falantes tenham à sua disposição muitas palavras, estes optam frequentemente pelas mesmas palavras, que lhes permitem dizer muito com muito pouco. É o caso do verbo fazer.

Em defesa do novo Acordo Ortográfico
Um apanhado sobre as novas regras e a desinformação à sua volta
« A Língua Portuguesa, como qualquer língua viva, evolui com o tempo, ao longo dos séculos. Portanto — escreve neste artigo* aa linguista e professora universitária portuguesa Naidea Nunes Nunes —, a língua que falamos e escrevemos hoje não é igual à dos séculos passados. Se assim fosse e se a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa não tivesse ocorrido em 1911, após a implantação da República Portuguesa (em 1910), ainda escreveríamos assumpto em vez de assunto, characteristica em vez de característica e pharmacia em vez de farmácia. Ou seja, embora a ortografia seja conservadora, houve necessidade de aproximá-la da fala, sem comprometer muito a sua origem etimológica do Latim, para que não existisse um fosso muito grande entre estas duas realidades.»
 
* in Funchal Notíci@s, com a data de 29 de novembro de 2018, a seguir transcrito, na íntegra, com a devida autorização autora.
Querem mudar os nomes das ruas e largos? Ora tentem lá outra vez
Sobre a mudança de nome do Campo das Cebolas, em Lisboa, para Largo José Saramago

Que sentido e eficácia terão as decisões oficiais de alterar os nomes de ruas, de praças e até de povoações inteiras? A questão volta a ter atualidade na sequência de uma proposta aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa com vista a mudar o nome de parte do popularmente conhecido Campo das Cebolas, que passará a ser denominado Largo José Saramago. A jornalista Ana Fernandes manifesta a sua oposição neste texto saído no Público, em 28/11/2018.

Combustível
A polissemia de uma palavra sob o foco mediático

 Os incidentes em França, nos protestos dos chamados "coletes amarelos", e o chumbo de um imposto adicional no parlamento português puseram em destaque o que os dicionários definem o «que arde» e  «que tem a propriedade de se consumir pela combustão».

[crónica da  jornalista Rita Pimenta, no  jornal "Público" do dia 2/12/2018.]

O <i>lasso</i> errado entre clubes de futebol

A confusão entre os termos lasso laço

Mármore
A sua história linguística e geológica

António Galopim de Carvalho, professor universitário jubilado português e defensor do património relacionado com os dinossauros, apresenta um apontamento* em torno da palavra mármore, passando em revista a sua etimologia, a evolução das realidades por si designadas, aspetos geológicos relacionados com o calcário. Recorda, ainda, palavras da família de mármore

*texto publicado pelo autor na sua página pessoal do Facebook, a propósito do desabamento de uma pedreira de mármore em Borba, Alentejo.

 

Sobre a palavra <i>risco</i>
A pretexto de dois acontecimentos trágicos em Portugal

Além de «traço feito com material de escrita sobre uma superfície», o substantivo risco quer dizer «probabilidade ou ameaça de perigo» – lembra a jornalista Rita Pimenta, nesta crónica que se transcreve, com a devida vénia, do jornal Público de 25/11/2018. a propósito da derrocada de uma pedreira em Borba, no Alentejo, de que resultaram cinco mortes e, dias antes, da morte de uma família em Sabrosa, no Minho.

Pleonasmo
A propriedade característica de repetir de novo

Os pleonasmos, considerados por muitos vícios de linguagem, são o ponto de partida deste apontamento de Carla Marques, que mostra como os falantes os incorporam na sua comunicação quotidiana, de forma por vezes inconsciente. 

«Ela foi
Um erro de concordância

O (mau) uso do pronome indefinido pouco – que também pode funcionar como quantifi­cador existencialadjectivosubstantivo – numa sala de aula em Luanda, nesta crónica* do professor e jornalista Edno Pimentel.

*semanário angolano Nova Gazeta, de 22/11/2018