Assistir, via TV, a um encontro de futebol entre mulheres é um regalo para os olhos e o seu contrário para os ouvidos. Voltou a acontecer na transmissão da RTP 1 do Portugal-EUA, relativo aos quartos de final do Mundial feminino, disputado na Austrália e na Nova Zelândia. À beleza, elegância e, ao mesmo tempo, à velocidade e grande intensidade de jogo permanentes, quem pode ficar-lhes indiferente (ainda por cima com futebolistas, quase todas, super-habilidosas, pedindo meças aos do sexo oposto)?
Totalmente dissonante foi o que se foi ouvindo na narração e nos comentários televisivos ao jogo disputado em Auckland, na Nova Zelândia. Elas — fossem as guarda-redes, as centro-campistas, as avançadas ou as defesas — sempre referidas no masculino como se tratasse de um jogo de homens. E como, muitas delas, especialmente as norte-americanas, traziam nas costas das camisolas a identificação pelo apelido (Williams, O'Hara, Sullivan, Thompson...), o ruído não podia ser mais estridente.
Para piorar só mesmo a injusta eliminação das portuguesas... não pelas bicampeãs mundiais, mas, sic, "pelos" bicampeões mundiais, num jogo arbitrado também por uma mulher denominada (sic, sic) árbitro!...