Agradeço a atenção que prestou ao meu artigo.
O que é preciso fazer para que a palavra árbitra passe a ser usada em vez de juíza ou senhora árbitro é, a meu ver, pura e simplesmente usá-la sistematicamente e exigir que os nossos interlocutores a usem.
Se vivêssemos num país com uma política de língua forte e com um organismo oficial responsável pelo processo de normalização linguística, teríamos de fazer pressão para que esse organismo adoptasse a forma feminina da palavra "árbitro" como norma. É o que acontece em regiões como o Quebeque, no Canadá, onde, por razões históricas e sociais, se adoptou, já nos anos 70, uma política de planificação linguística forte.
Como vivemos num país onde a normalização é feita pelo uso, não existindo qualquer organismo com essas funções, a solução é insistir no uso dessa forma, de modo a que as pessoas se habituem a ouvi-la e a utilizá-la.
Embora o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea não a considere explicitamente, a forma árbitra encontra-se já atestada na versão portuguesa do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, vol. 1, cuja publicação se encontra em curso. [Refiro estes dois dicionários, porque são aqueles que, de forma mais ou menos sistemática, nos fornecem informações sobre as formas flexionadas das palavras.]
Além disso, o corrector ortográfico do meu computador não assinala essa forma como erro, o que significa que ela já foi incorporada na lista de formas flexionadas que lhe serve de base.
Assim sendo, existem todas as razões para exigir o uso de árbitra em qualquer situação de comunicação, seja ela mais ou menos formal.