1. Em Portugal, a pretexto da entrada do verão, continuam as comemorações, velhas e novas; e entre elas, coincidente com o solstício, em 21 de junho, o Dia Internacional do Ioga (ver também aqui)*. Como escrever e pronunciar o nome desta prática de reflexão e exercício físico, de origem indiana**? As entidades que a promovem escrevem Yoga, com y maiúsculo inicial e geralmente pronunciada com o fechado; mas os dicionários e os vocabulários ortográficos recentes acolhem a palavra como substantivo masculino – no Brasil, atribui-se-lhe sobretudo o género feminino –, grafado com i (ioga) e com a indicação de poder articular-se com o aberto ("ióga") ou fechado ("iôga"). Existem argumentos de natureza filosófica, filológica ou mística passíveis de legitimar Yoga, como nome próprio, ou yoga, como substantivo comum – o qual, ao exibir um y, deverá escrever-se em itálico. Mesmo assim, no plano estritamente linguístico, é correto e, portanto, recomendável o aportuguesamento ioga, grafado com i e pronunciado com o aberto, prolação muito frequente em Portugal. Quanto ao praticante de ioga, além de se aceitar yogi, em itálico, disponibilizam-se os aportuguesamentos iogue e ioguim. Sobre estes vocábulos, leiam-se as respostas intituladas "Sobre a grafia das formas ioga e yoga", "Ainda o ioga" e "Os termos yogi, iogue e ioguim".
* Na imagem, "Um iogue sentado num jardim", miniatura proveniente do norte Índia e datada da primeira metade do século XVII (não foi possível determinar a atual localização).
** Observe-se que a palavra yoga ou ioga vem, provavelmente por via do francês ou do inglês, do sânscrito yoga-, que significa «união, junção», da raiz indo-europeia *yeug-, «unir», esta também na origem das palavras portuguesas jugo e jungir (cf. Dicionário Houaiss, Trésor de la Langue Française Informatisé e Online Etymology Dictionary).
2. Ainda a propósito da alegada fuga de informação em Portugal sobre as soluções do exame nacional de Português do 12.º ano (ver Abertura de 21/06/2017), refira-se que as notícias dão conta de a Inspeção da Educação já estar a investigar este caso.
[Posteriormente, o ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues garantiu que o exame de Português do 12.º ano não vai ser anulado ou, sequer, repetido. «Se se comprovar que houve fuga de informação – declarou à rádio TSF –, o Ministério agirá civil, disciplinar o criminalmente contra os autores e quem tenha dela beneficiado».Vide ainda "Governo enfrenta prova diabólica jurídica ao não anular exame de Português", ""Expresso", 28/06/2017]
3. Publicado no blogue Escritoresonline, com data de 23 de junho de 2017, e com a devida vénia à autora, transcrevemos na rubrica O Nosso Idioma um texto da escritora portuguesa Isabel Rio Novo sobre os matizes que, afinal, distinguem os sinónimos.
4. Das perguntas chegadas ao consultório do Ciberdúvidas, selecionaram-se as que abordam os seguintes tópicos: a adequação do substantivo internando, a diferença entre os substantivos piche e espiche, a sintaxe do verbo roubar e o uso do plural eleições.