1. Entre os temas da atualidade, salienta-se o referendo constitucional que, decorrente da chamada proposta de reforma Renzi-Boschi, se realizou em 4 de dezembro p. p., na Itália. Resultado imediato da vitória do não: a demissão do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi. Chama também a atenção o facto de na língua italiana, do sub-ramo românico como a portuguesa, se dizer e escrever referendum, mantendo (praticamente) intacta a forma latina original, enquanto, entre nós, há muito que se faz o aportuguesamento deste e de outros latinismos similares: referendum – referendo; memorandum – memorando; curriculum – currículo. Cabe igualmente recordar o que aqui se disse sobre a locução latina ad referendum, que significa «com a condição de ser referendado». E uma pergunta: que diferença existe entre referendo e plebiscito?
2. Na rubrica Acordo Ortográfico (sub-rubrica Notícias), transcreve-se o trabalho que o jornalista António Loja Neves publicou no jornal Expresso, em 30/11/2016, ainda acerca do anúncio que a Academia de Ciências de Lisboa fez da intenção de introduzir ajustamentos no Acordo Ortográfico de 1990, com vista à 2.ª edição do seu Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea. Sobre este assunto, leia-se um texto intitulado "Clarificação pessoal sobre os melhoramentos no AO90", que D'Silvas Filho publicou no seu próprio sítio eletrónico.
3. No consultório, regressam os compostos formados com os advérbios bem e mal (como distingui-los da sua associação livre com particípios passados adjetivais?), a conjugação pronominal com o pronome pessoal átono -o ("seduz-lo" ou "sedu-lo"?) e, ainda a propósito do trágico acidente de aviação que vitimou a equipa da Associação Chapecoense de Futebol, a relação da toponímia brasileira com as línguas indígenas (qual a origem do topónimo Chapecó?).
4. De 12 a 14 de dezembro p. f., a Fundação Calouste Gulbenkian acolhe em Lisboa o colóquio Português: Palavra e Música. Trata-se de uma iniciativa que reúne investigadores portugueses e estrangeiros para discutir a dimensão musical do português como língua cantada, desde a Idade Média aos nossos dias.