A forma Chapecó é um nome de cidade e de rio no estado brasileiro de Santa Catarina que tem origem em elementos de uma língua ameríndia cuja identificação não reúne consenso.
Antenor Nascentes, no seu Dicionário Etimológico (no volume II, dedicado à onomástica), menciona a «hipótese não muito convincente» de Macedo Soares (Estudos Lexicográficos, pág. 191), segundo a qual o topónimo teria origem no tupi hape'ko, «em que o h é aspirado, dando um som entre o s e o x» e que significaria «caminho seguido, aberto, trilhado», acrescentando que «era por ali desde a primitiva o caminho das muladas e gado que iam do Rio Grande [do Sul] para o Paraná e para S. Paulo, passando por Guarapuava» (A. Nascentes citado por José Pedro Machado, Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, 2003). Tendo em conta que, historicamente, a consoante inicial de Chapecó seria uma consoante fricativa próxima do x de baixo, e não uma consoante africada (o "tx", que, no passado, era sempre representado por ch), pode supor-se que o nome em apreço poderia ou deveria adotar a grafia Xapecó, forma que está realmente atestada. Com efeito, o Vocabulário Onomástico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras consigna ambas as formas, ainda que as não relacione; contudo, não se apresenta razão para rejeitar Xapecó como variante de Chapecó, quando a primeira forma se emprega para referir uma reserva territorial povoada por comunidades caingangues, na parte ocidental do estado de Santa Catarina, onde se localiza a cidade e o rio que partilham a denominação em discussão. Chapecó e Xapecó são, portanto, variantes gráficas da mesma palavra – embora a grafia com ch prevaleça –, numa região que foi e é habitada por populações falantes de caingangue, língua ameríndia que pertence à família linguística jê ou macro-jê. Compreende-se, pois, que se atribua Chapecó/Xapecó ao caingangue, e não a uma língua ou a um dialeto da família tupi, conforme propõe Márcio Matos Carneiro, em Origem dos Nomes de Santa Catarina (citado pela Wikipédia, no artigo dedicado a Chapecó). Aceitando que a origem do topónimo está no caingangue, não se encontra, porém, convergência entre propostas etimológicas; a mais difundida é a que analisa Chapecó como composto de radicais: echa, «vista, avistamento», apé, «caminhar», e có, «roça» – sequência interpretável como «pequeno local onde é avistado o caminho da roça» (cf. idem, ibidem).
Quanto ao nome da região colombiana, o espanhol atribui-lhe a forma Antioquia, que soa "Antióquia" e não se confunde com o da cidade turca de Antioquía (com acento tónico em -qui-). Em português, não parece marcar-se claramente esta diferença, o que se entende, porque é raro referir a cidade colombiana. José Pedro Machado, no seu Dicionário Onomástico Etimológico regista Antioquia mas apenas em referência à cidade turca; e, embora a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira apresente a forma Antióquia para referir a cidade colombiana, outras fontes consultadas consignam somente o nome da cidade turca sempre sob a forma Antioquia (cf. I. Xavier Fernandes, Topónimos e Gentílicos, 1941; Dicionário Prático Ilustrado, Lello e Irmãos – Editores, 1959)). Também o Vocabulário Onomástico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras (1999) e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora (2009) registam somente Antioquia., provavelmente como topónimo turco; e o dicionário de topónimos da Porto Editora, no artigo que dedica à cidade colombiana de Medellín (em linha na Infopédia, consultado em 4/12/2016), emprega a forma Antioquia, sem acento, para denominar a região colombiana. É ainda preciso notar que, admitindo uma origem comum veiculada por uma forma grega ao nome da cidade turca e ao da região colombiana, a prosódia castelhana deste último – Antioquia (="Antióquia") – pode não prestar-se ao seu aportuguesamento imediato, porque a acentuação portuguesa nem sempre coincide com a castelhana no que a palavras de origem ou transmissão gregas diz respeito; exemplo: o castelhano policía, diretamente do grego politeía; e o português polícia, que se relaciona com a forma grega, mas por via do latim politĭa, com acento tónico em -li-. Apesar de tudo, como não é segura a relação da forma toponímica colombiana com a que refere a cidade turca, torna-se aceitável a forma Antióquia, apesar de Antioquia ter sido recorrente nas notícias sobre o trágico acidente que vitimou em 28/11/2016 a equipa da Associação Chapecoense de Futebol.