1. O futebol relata-se, analisa-se, questiona-se, sempre por meio de uma língua veicular. Por essa razão, o português é também língua de futebol. Este está presente nas transmissões em direto ou em diferido, nos tempos de antena, nas entrevistas, nas conferências de imprensa ou nos momentos de debate. No entanto, a língua portuguesa, como fonte fundamental de comunicação, não tem, no Campeonato Mundial de Futebol 2022, tido direito ao cuidado e à atenção que merecia, ora porque é facilmente substituída pelo inglês ora porque a ortoépia deixa muito a desejar, ora simplesmente porque a pobreza lexical grassa à mistura com uma informalidade que não se coaduna com o contexto e que chega a ser constrangedora. Estes e outros aspetos são assinalados no apontamento Futebol a rodos – e o pior do futebolês, da autoria do jornalista José Mário Costa, cofundador do Ciberdúvidas.
2. Em A covid-19 na língua, registamos a entrada da expressão Centros de quarentena, que dá conta da medida extrema que está a ser adotada na China como medida de contenção da evolução da pandemia face ao aparecimento de novas infeções, com os correspondeentes protestos da pppulação, sem precedentes no país.
3. A questão da linguagem inclusiva, que se vai impondo a par da crescente procura por situações de igualdade de género em diferentes contextos, oferece dúvidas em muitas situações de escrita formal por ainda não existirem usos estabilizados e considerados normativos. É esta situação que dá origem à dúvida relacionada com o uso do artigo definido com nomes como trabalhador. O significado algo opaco da expressão «Aqui há atrasado» é explicado noutra resposta disponível na atualização do Consultório. A estas questões juntam-se outras três: «Ato ilocutório assertivo: «Ele assegura que ela dialoga»», «Coesão: «duas irmãs mais velhas» e «a irmã mais nova» e «O uso de ante em Pernambuco (Brasil)».
4. A escrita de Saramago e, em particular, a sua forma de transpor o discurso direto da oralidade para a escrita constitui o assunto nuclear do apontamento da professora Carla Marques no programa radiofónico Páginas de Português da Antena 2, que aqui se pode ler na sua versão escrita.
5. O lançamento do Dicionário da Língua Portuguesa Medieval, coordenado por João Malaca Casteleiro, Maria Francisca Xavier e Maria de Lourdes Crispim, constitui o foco do artigo da professora universitária e linguista Margarita Correia, publicado no Diário de Notícias (aqui transcrito com a devida vénia).
6. Um registo final para o portuglish, um produto do contacto de línguas que designa utilização de palavras adaptadas do inglês pelas comunidades portuguesas a viver nos Estados Unidos, de que são exemplo jumpar ou ou ringar, tal como se pode ler neste apontamento.