1. No início do outono, no hemisfério norte, as preocupações centram-se no facto de gripe e covid-19 se encontrarem, o que exige uma preparação acrescida por parte dos hospitais. O cidadão comum deve conhecer alguns dos sintomas da gripe que se distinguem dos da covid-19. À volta de notícias que dão conta destas e outras situações, a rubrica A covid-19 na língua recebe três novas entradas: «gripe + covid 19», «(mais) infeções respiratórias e alergias» e «léxico militarista da pandemia».
2. No Consultório, explicita-se o termo «mais-que-perfeito anterior», referindo-se a possibilidade documentada de o auxiliar ter dos tempos compostos assumir as formas do mais-que-perfeito quando entra nas formas de mais-que-perfeito do conjuntivo e de condicional composto. Explica-se, ainda, a colocação do advérbio aqui na frase, tendo por base a ordem canónica e outras possibilidades de colocação, nomeadamente as de ordem pragmática. Ainda no Consultório, expõem-se as regras subjacentes à concordância verbal na construção «um dos que», a diferença, no conjuntivo/subjuntivo, entre o pretérito perfeito e o pretérito mais-que-perfeito e a aceitabilidade da expressão «lógica colaborativa», apontando para uma questão interpretativa.
3. Na rubrica Diversidades, destaca-se o artigo de Margarita Correia publicado no Diário de Notícias de 11 de outubro de 2021 sobre a Carta Europeia para as Línguas Regionais e Minoritárias (CELRM), de 1992, que Portugal assinou no passado dia 7 de setembro.
4. Em O Nosso Idioma, no artigo "Influencer, influente ou influenciador", Lúcia Vaz Pedro chama a atenção para a importância do saber falar, quando se é influenciador e do uso da palavra em português, substituindo o respetivo anglicismo. No artigo "As metáforas militaristas da pandemia: batalha, inimigo, heróis, vitória", Estrela Serrano alerta para o facto de, relativamente à pandemia, as metáforas poderem prejudicar a transparência e conduzirem à aceitação acrítica da suspensão de regras democráticas, admitindo o seu poder enquanto recurso simbólico.
5. Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, voltam a ter uma nova edição, desta vez ilustrada por 10 mulheres e com texto adaptado à língua contemporânea. Do lançamento, que tem lugar em 21 de outubro p. f. na 3.ª Bienal de Ilustração de Guimarães, dá-se conta nas Notícias.
6. Acerca de património e da disponibilidade de bibliografia em português, refira-se a tradução de Guia Significância 2.0: um guia para avaliar o significado das coleções do património cultural, de Roslyn Russell e Kylie Winkworth. Trata-se de um trabalho colaborativo realizado no Brasil, entre profissionais especialistas em património que transpuserem a obra em espanhol e português, adaptando-o ao contexto ibero-americano (notícia aqui e livro aqui).
7. Um registo final, para lembrar os temas dos programas produzidos pela Associação Ciberdúvidas da Língua Portuguesa para a rádio pública portuguesa: o conhecimento mútuo das literaturas em português nas escolas dos diferentes países da CPLP, em Língua de Todos, na RDP África, transmitido na sexta-feira, dia 15 de outubro de 2021, pelas 13h20 * (com repetição no dia seguinte, depois do noticiário das 09h00); e a génese do português moçambicano nas Páginas de Português, na Antena 2, no domingo, 17 de outubro pelas 12h30 * (repetido no sábado seguinte, 16 de outubro, às 15h30).
* Hora oficial de Portugal continental.