1. Em Portugal, supostamente um «país de brandos costumes», a comunicação social dá ampla projeção a um crime de extrema gravidade, cujo suspeito perpetrador anda foragido pelas serranias do norte da Beira Alta. Fala-se de uma autêntica «caça ao homem», expressão metafórica que, adverte o político português António Bagão Félix em crónica publicada no jornal Público em 21 p.p., releva de uma cultura de violência que nos deveria fazer refletir.* A rubrica O Nosso Idioma também disponibiliza este texto que constitui, afinal, um manifesto contra o sensacionalismo de certas metáforas do discurso mediático.
*Na imagem, uma cena de caça com um cão atacando um javali. Painel de azulejos (1680), Museu Nacional do Azulejo, Lisboa (foto do sítio MatrizNet).
2. Ainda em O Nosso Idioma e a propósito da história da palavra bera, usada coloquialmente em Portugal, transcreve-se com a devida vénia um excerto do blogue Estação Chronographica, do jornalista português Fernando Correia de Oliveira. Trata-se da evocação do contexto lisboeta em que o referido vocábulo ganhou popularidade... pelas piores razões.
3. Como definir uma família de palavras? Esta é uma das perguntas feitas na atualização do consultório deste dia, que também esclarece outras dúvidas: como saber se até é preposição ou advérbio? «De volta de» é uma locução correta? Diz-se «pedir desculpa» ou «pedir desculpas»? E haverá alguma diferença entre «casca de laranja» e «casca da laranja»?
4. Na Montra de Livros, faz-se referência à segunda edição da Gramática Derivacional do Português, obra concebida por uma equipa de linguistas com a coordenação da professora Graça Rio-Torto (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) e sob a chancela da Imprensa da Universidade de Coimbra.
5. Uma nota sobre o nome de uma cidade que tem sido notícia, no contexto da ofensiva militar do Iraque contra o autodenominado Estado Islâmico. Trata-se de Mossul – pronuncia-se "mossúl" –, nome próprio do género masculino que há muito se encontra fixado no português. Consulte-se, por exemplo, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa que a Academia das Ciências de Lisboa publicou em 1940 e o Vocabulário da Língua Portuguesa saído em 1966 e da autoria de Rebelo Gonçalves.
6. As línguas de diferentes países europeus chegaram aos quatro cantos do mundo, como veículos de expressão do poder colonial ultramarino. O português não é exceção e, como se sabe, foi até pioneiro neste processo de conquista à escala global. Assinale-se, portanto, a chamada para comunicações do encontro internacional intitulado A língua companheira do império? Espaços formais e informais da língua portuguesa (sécs. XVI a XX), o qual se realiza em 2 e 3 de fevereiro de 2017, na Universidade de Tuscia, na Itália. Mais informação aqui.