Há interrogativas globais (ou totais) e interrogativas parciais (ou de instanciação). Há interrogativas directas e interrogativas indirectas (subordinadas).
Entre as interrogativas totais podem-se distinguir as interrogativas «tag». Entre as interrogativas parciais podem-se distinguir as interrogativas múltiplas. No grupo das interrogativas parciais também se incluem as interrogativas «eco».
A diferença entre as interrogativas globais e as interrogativas parciais é que às primeiras corresponderá como resposta «sim» ou «não», enquanto as segundas contêm um elemento QU- (os advérbios «onde» e «como» também são QU-) – ex. de uma global: «Queres ir ao cinema?»; ex. de uma parcial: «Aonde queres ir?».
Uma frase como «Queres ir ao cinema, não queres?» é uma interrogativa «tag».
Uma interrogativa parcial múltipla é uma interrogativa com vários constituintes QU-: «Quem fez o quê?». Distingue-se este tipo de interrogativa porque, em Português e em várias outras línguas, só um QU- pode ser movido.
Em Português, como foi referido, só um constituinte interrogativo pode ser movido numa interrogativa. Contudo, não é obrigatório que um destes constituintes interrogados seja movido. Por exemplo, em vez de «Aonde queres ir?», pode-se dizer «Queres ir aonde?». Uma frase como esta última pode ser produzida num contexto pragmático semelhante àquele em que a sua correspondente com movimento também pode ser proferida. Além disto pode ainda ser produzida como resposta a uma frase do tipo «Quero ir ao cinema.», como forma de indicar que não se percebeu a última parte deste enunciado. Se tal for o caso, ela exibirá um contorno entoacional distinto do das outras interrogativas (pelo menos em Português Europeu) e será uma interrogativa «eco».
Todos os exemplos apresentados até agora são de interrogativas directas. A diferença das interrogativas indirectas é que estas são frases subordinadas. A oração «aonde eu ia» da frase «Tu perguntaste-me aonde eu ia.» é uma interrogativa indirecta. As interrogativas indirectas parciais têm obrigatoriamente um constituinte QU- movido para a periferia esquerda desta oração (não para a da oração principal) e as totais começam por «se». Um exemplo de uma interrogativa indirecta total é a oração subordinada da frase «Perguntei-te se querias ir ao cinema.».
Uma interrogativa directa não deixa de o ser por o constituinte QU- ser movido do interior de uma oração subordinada. Por ex., a frase «Aonde disseste tu que nós queríamos ir?» é uma interrogativa directa.
Note-se que por vezes pode ser difícil distinguir uma interrogativa indirecta de uma relativa livre (ou sem antecedente). Por exemplo, a oração «quem passou agora na rua» é do primeiro tipo na frase «Não sei quem passou agora na rua.», mas do segundo na frase «Não conheço quem passou agora na rua.».