Se, em trabalhos académicos, ao fazer citações e referências bibliográficas, o hábito português e o Acordo Ortográfico (e não sei se a NP 405) requerem que se iniciem as palavras de sentido pleno do título de uma obra em maiúsculas (deixando em minúscula as não flexionadas — excepto se iniciam título ou subtítulo), o que fazer com o segundo membro de um nome comum composto unido por hífen? Fica em minúscula, por se entender que integra a palavra, dela é parte indissociável, como um "continuum" (isto é, tudo junto é que constitui a palavra significativa) — uma razão semântica?
Ou inicia também esta segunda em maiúscula, pois se mantém a consciência da composicionalidade e a imagem dum lexema que continua a ter (noutros contextos) vida autónoma — uma razão gráfica —, tal como o entendemos nos compostos (lexias complexas, segundo certos autores, algumas delas semelhantes a meras colocações...) não unidas por hífen (ou de estrutura mista), como «fogão a gás», «máquina de lavar roupa», «energia nuclear», «escova do limpa-pára-brisas»:
«A Decoração da Casa de Banho, da Sala de Jantar e do Salão Nobre do Palácio Real»?
Assim, será correcto «Uma Casa à Beira-mar no Século XIX», ou «à Beira-Mar»?
«O Caso do Tenente-coronel da 2.ª Companhia», ou «do Tenente-Coronel»?
«O Guarda-chuva Colorido», ou «O Guarda-Chuva Colorido»?
Tal como "As Pinturas do Salão de Chá"...
E quando um dos elementos é um radical que não tem uso autónomo, no português actual?
«As Auto-estradas no Período pós-Revolução», «auto-Estradas» — ou é como em «As Vias Rápidas»?
«Nem Tudo É Bio-degradável»?; «Incentivar o Micro-Crédito»?
«O Dia-a-Dia [dia-a-dia (?)] de um Luso-Descendente?», «dos Afro-americanos» — um maiúscula e outro não?
E, já agora, nos derivados, por exemplo, o que fazer com um prefixo?
«Notícia das Infra-estruturas no ex-Congo Belga», «das infra-Estruturas», ou «das Infra-Estruturas no Ex-Congo»?
«O Pós-Operatório em Oncologia»?
«A Tradição do Acordo Pré-nupcial na Cultura Ibérica», «pré-Nupcial», ou «Pré-Nupcial»?
Perante tanta variedade, talvez devamos já simplificar — só maiúscula na primeira —, conforme o novo Acordo Ortográfico...
Agradeço a vossa resposta, sublinhando que a dúvida é só relativa às regras da escrita de títulos (artigos, partituras, gravuras, filmes, livros), sem que confundamos com o que a tradição chama nomes próprios (sejam antropónimos, topónimos, orónimos...), pois estamos perante convenções gráficas (algo semelhante sobre prefixos e N.P. foi já respondido em http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=2568 e http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=2740).
Como se define o que é tarde e noite?
Como neste exemplo: «A reunião começa às 6 da tarde.»
Ou se escreve «às 6 da noite»?
Quando é que se determina se a hora é tarde ou noite?
Obrigado.
Gostaria de saber como se constrói o plural de caixa-forte: "caixas-forte", ou "caixas-fortes"?
Obrigado.
É válida a fórmula «substituir-se a»?
Por exemplo: «As almas eternas podem ser compreendidas como metáforas que se substituem a uma realidade desagradável.»
Não deveria ser, mais simplesmente: «... que substituem uma realidade desagradável»?
Como se designam os naturais de Leça do Bailio?
Apareceu-me um documento com a palavra "forreção", de forrar cadeiras.
Tenho a certeza de que não se escreve assim, provavelmente "forração" seria o mais adequado, mas mesmo assim continua-me a parecer que haverá outra palavra sinónima do verbo forrar para se conjugar assim.
Fico a aguardar esclarecimento.
Qual o termo mais correcto para designar as cancelas que cerram as ruas aquando das largadas de toiros? Pergunto isto porque, sendo eu de Vila Franca de Xira, terra de largadas de toiros pelas ruas, sempre me habituei a ouvir dizer "tronqueiras" e, no entanto, pela leitura de alguns dicionários, parece-me mais correcta a utilização de "tranqueiras".
Obrigado pela atenção dispensada.
É legítimo utilizar as palavras provisão e desprovisão?
Obrigada.
A palavra mílhara, usada no Norte de Portugal para ovas de peixe, aplica-se a determinado peixe, por exemplo o sável, ou a todas as ovas de peixe?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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