Surpreendi no mural do escritor Mário Cláudio a expressão «põe-lhe sal na moleirinha», dita por alguém referindo-se de forma crítica à relação da nora com o filho.
Pesquisei e vi outras formulações com alteração do verbo inicial, tais como: «bota-lhe sal na moleirinha» ou «joga-lhe sal na moleirinha», e outras tantas em que moleirinha é substituído por moleira.
Os sentidos, do que averiguei numa pesquisa breve, podem ser diferentes e ir desde a crítica, sendo o equivalente a «mói-lhe o juízo», «inferniza-lhe a cabeça», «põe-lhe coisas na cabeça», «põe-no a cismar», como em «Se a seus afins não põe ao largo do seu beiral, queira ou não queira, hão de lhe o sal pôr na moleira!», até ao elogio, com o sentido de «põe-lhe juízo na cabeça», visível em: «Deus põe sal na minha moleira para me dar mais juízo». Ou mesmo ter um sentido equivalente a «salgar a terra», na qual depois nada nasce, visível nos versos: «Eu não quero mais amar / Nem achando quem me queira / O primeiro amor que tive / Botou-me sal na moleira».
Podem, por favor, esclarecer os vários sentidos da expressão?
Como Peso da Régua esteve no foco noticioso neste 10 de Junho, e por ter lido e ouvido o nome da cidade duriense ora com o artigo ora sem ele, quero esclarecer melhor a respeito de uma resposta no Ciberdúvidas, defendendo o uso do artigo, com o argumento da tradição.
Ora, a prevalecer esse critério, a verdade é que tanto o município local como a respetiva junta de freguesia denominam-se, oficialmente, Câmara Municipal de Peso da Régua e Junta de Freguesia de Peso da Régua e Godim.
Um segundo critério que se invoca sempre para a atribuição do artigo é o nome da localidade coincidir com um substantivo comum, tal como «(a) Figueira da Foz ou (o) Porto».
Como o nome Peso da Régua associa o termo peso («pesagem e pagamento de impostos das cargas que se destinavam ao cais da Régua») e régua («local de ajuntamento de cavalgaduras ou récuas junto ao cais fluvial»), está instalada a confusão...
Saúdo aos irmãos lusófonos, grandes consultores do vasto idioma neolatino.
Gostaria de saber sobre a existência oficial do verbo relar, muito usado no contexto sul mineiro.
Veja-se o exemplo: «Não rela (toca, encosta) em mim.»
Na expectativa, agradeço previamente.
Li recentemente no programa de um curso:
«Medidas para tratamento emergente dos incidentes imprevistos de segurança alimentar.»
Sempre achei que "incidente imprevisto" ou "incidente imprevisível" eram pleonasmos, por considerar que um incidente é, por definição, um acontecimento inesperado, imprevisível.
Isso é mesmo assim? Faz sentido usar a expressão «incidente imprevisto»?
Escreve-se "judeo-bolchevismo" ou "judeu-bolchevismo"?
«Um pai que ajudou demais um filho e agora ajuda "demenos"». Nesta frase as palavras "demais" e "demenos" estão corretas?
O que é mais correto?
a) «[...] — sussurra ao gato que, enroscado a seu lado, a olha de soslaio»;
b) ou «[...] — sussurra ao gato que, enroscado ao seu lado, a olha de soslaio.»
Ou ambas estão bem?
Grata pela ajuda.
Gostaria que me esclarecessem o seguinte : um título de uma conferência deve estar entre aspas ou em itálico? É frequente ver-se das duas formas, qual é a mais correta?
Obrigada.
1) Qual a origem da palavra animação no sentido de «ato ou efeito de se ter ânimo como estado de espírito»?
2) Qual a origem da palavra animação no sentido de «desenho animado»? Ou as duas têm a mesma origem?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Tenho dúvidas quanto à colocação dos pronomes clíticos nas frases em que existe enumeração de ações.
Por exemplo, na frase «Todos se riam», o todos desencadeia a próclise. Mas numa frase em que se enumerem várias ações e o verbo pronominal se encontre no meio ou no fim, deve haver próclise ou não? A forma correta é «Todos falavam, se interpelavam, se riam e conversavam», ou «Todos falavam, interpelavam-se, riam-se e conversavam»?
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