Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Paulo Ferreira Funcionário São Paulo, Brasil 7K

Gostaria de saber qual/quais a(s) alternativa(s) correta(s), estando os verbos conjugados de acordo com a norma culta:

A) «Eu me precavejo dos resfriados com boa alimentação.» (precaver)

B) «Nós reouvemos os objetos roubados na rua.» (reaver)

C) «Desse jeito, ele fale a loja do pai.» (falir)

D) «O príncipe branda a sua espada às margens do rio.» (brandir)

E) «Os jardins florem na primavera.» (florir)

Vergílio Fernandes Servidor Feira, Brasil 21K

O verbo caber, no sentido de competir, flexiona normalmente?

«Cabem aos tribunais as revisões anuais...», ou «Cabe aos tribunais as revisões anuais...»?

Ana Bilreiro Funcionária pública Lisboa, Portugal 13K

Gostaria de saber se na expressão «Atenta ao e-mail enviado no passado dia 19», e sendo o sujeito feminino, se se conjuga o atenta ou se escreve atento, no sentido de «tendo em atenção».

Rafael Sousa Tradutor Ribeirão Preto, Brasil 8K

Tomei conhecimento um dia destes de norma de língua culta estabelecendo impossibilidade de ênclise em verbos proparoxítonos. Gostaria de saber se poderia me ajudar com a referência a essa norma. Fiz uma busca rápida, mas não consegui encontrá-la nos materiais que consultei. Saberia me dizer onde posso encontrar referência a ela?

Robert Mendes Servidor público São Luís, Brasil 9K

Com relação a documentos administrativos (memorando, ofício, etc.), devo escrever a data do dia primeiro do mês com o numeral e o sobrescrito/elevado? Exemplos:

«[...] Encontro Regional de Direito Constitucional, que acontecerá de 01º a 05 de março de 2012; Encontro Regional de Direito Constitucional, que acontecerá no dia 01º/03/12; Encontro Regional de Direito Constitucional, que acontecerá no dia primeiro de março de 2012.»

Ricardo Vetusto Estudante Rio de Janeiro, Brasil 9K

Queria saber se, quando o mas liga termos, e não orações, a vírgula é dispensada, facultativa ou obrigatória. Exemplo: Não fiz um trabalho exaustivo mas prazeiroso. A vírgula antes do mas é dispensada, facultativa, ou obrigatória?

Inês Guerreiro Tradutora/revisora Lisboa, Portugal 6K

No caso da frase «Fez dos alhos bugalhos», deverei usar uma vírgula a separar as duas últimas palavras?

Fernando Verde Estudante Porto, Portugal (Porto) 2K

Gostaria de saber quais os melhores "truques" para identificar o sujeito de uma frase e qual a sua oração principal.

Nas gramáticas é fácil de percebê-lo, pois os exemplos dados são sempre simples, porém, em frases mais complexas...

Evaldo José Degrande Engenheiro Jundiaí, Brasil 6K

Poderiam ajudar-me na análise sintática da frase «Os alunos do 6.º ano estavam muito entusiasmados com Álvaro, o professor de Matemática»?

Qual a função sintática de «com Álvaro»?

Armando André Professor do ensino secundário Porto, Portugal 12K

No contacto diário com a língua escrita, facilmente constatamos uma certa anarquia na área da pontuação. Sabemos que o emprego dos sinais de pontuação oferece uma considerável margem de liberdade, que a subjetividade desempenha um papel importante; no entanto, sentimos que algo deveria ser feito no sentido de uma maior uniformização de critérios…

As gramáticas portuguesas não concedem ao assunto a importância que ele merece, limitam-se a uma apresentação sumária e superficial, manifestamente insuficiente.

Estes fatores alimentam a indecisão, a dúvida e, mesmo, a ignorância, atingindo, inclusive, aqueles que mais de perto lidam com a língua: os docentes.

É deste âmbito a situação que passo a expor, solicitando o vosso contributo.

Nas atas das reuniões de avaliação, são frequentes as enumerações. Nestas, é mencionado o número do aluno, seguido do respetivo nome (primeiro e último), naturalmente separados pela vírgula. O que, muitas vezes, se passa é que se usa a vírgula para separar os vários alunos entre si…

Não invalidando sumariamente esta opção, parece-me preferível optar pelo uso do ponto e vírgula para separar estes elementos. Isto contribuirá para uma melhor clareza do texto, evitando a excessiva repetição deste sinal de pontuação e eliminará uma certa ambiguidade. Embora a ata, texto normativo, não tenha as preocupações estéticas do texto literário, isso não impede que procuremos construir um texto agradável e, neste aspeto, ele sairá largamente beneficiado.

Tendo manifestado, em contexto escolar, esta minha posição, fui objeto de grande contestação, junto dos colegas de Português (minha área disciplinar). O ponto e vírgula é usado para «separar os diversos itens de enunciados enumerativos» (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 13.ª ed., Lisboa, Sá da Costa, p. 648). Isto é amplamente corroborado: «Usa-se o ponto e vírgula entre os vários elementos de uma enumeração quando se pretende estabelecer claramente a sua separação» (Bergström e Reis, Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, 33.ª ed., Lisboa, Editorial Notícias, Lda., p. 49).

Será, sem dúvida, pertinente incluir neste âmbito a situação que exponho. Os exemplos apresentados são diferentes, mas a gramática não pode, naturalmente, contemplar todos os contextos. A partir da análise de obras que tratam este sinal, ressaltam duas ideias fundamentais: ele é decisivamente “escravo” do contexto (além da intenção), pela sua própria natureza de intermediário entre o ponto e a vírgula; a sua capacidade para colmatar claramente as insuficiências da vírgula é inquestionável.

Gostaria que comentassem esta situação, pois é comum assistir-se a um "interminável desfile" de vírgulas nas atas que mencionei. Creio que isso pode contribuir para esclarecer uma situação recorrente nos nossos estabelecimentos de ensino.