DÚVIDAS

O pronome inerente se
Agradecia que me ajudassem a classificar o pronome se no excerto de um texto de Possidónio Cachapa sobre repartições públicas que passo a transcrever: «Fui recebido num cubículo de 2 × 3 m, onde se amontoavam quatro pessoas. Um deles era, claramente, o líder. Devia ter uns vinte e muitos e, de forma explícita, o seu sonho de se tornar comediante começava a desmoronar-se.» Poder-se-á considerar o pronome se, nos três casos, um pronome reflexo? Será que, quando acompanha o verbo desmoronar, ele pode ser considerado inerente, uma vez que o verbo pode ser utilizado sem o pronome? Ainda uma outra questão: No texto que introduz a dúvida que acabo de expor, deveria ter sido colocada uma vírgula antes do pronome relativo que? Não o fiz por considerar que a oração relativa era restritiva. Estará incorrecto o raciocínio?
As funções sintácticas do adjectivo
Segundo a gramática tradicional, o adjectivo desempenha a função de atributo, predicativo do sujeito... De acordo com a TLEBS [Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário], o adjectivo mantém a função de predicativo, mas passa a desempenhar a função de complemento do nome e modificador. O modificador é o tradicional aposto? O complemento do nome corresponde ao atributo? Continuo com algumas dúvidas relativamente a esta matéria. Obrigada pela vossa atenção e parabéns pelo trabalho que têm desenvolvido.
Análise sintáctica da frase «Descaradamente, o Frade leviano dança com a Moça, sua amante»
Como analisar a frase «Descaradamente, o Frade leviano dança com a Moça, sua amante»? «Descaradamente» – complemento circunstancial de modo «o Frade leviano» – sujeito simples «leviano» – atributo «dança» – predicado verbal «com a Moça» – complemento indirecto ou complemento circunstancial de companhia? «sua amante» – aposto
Homonímia e polissemia
Gostaria que me esclarecessem relativamente a estes dois conceitos linguísticos, pois após aturada pesquisa fiquei sem saber se a polissemia é sensível à classe de palavras; caso não seja não sei distinguir os dois termos. A TLEBS (Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário) também não me esclarece. a) O Tiago comeu um pêro são. b) Os meninos são irrequietos. A palavra «são» pertence a classes diferentes. Trata-se, portanto, de um caso de homonímia. c) Gosto de um bom prato de comida. d) Parti o prato. «Prato» é um caso de polissemia. Mas será que o que distingue os termos é apenas a interpretação dentro ou fora da classe de palavras? As palavras homónimas não são polissémicas?
As orações coordenadas, de novo
Continua a polémica sobre a classificação da 1.ª parte da oração coordenada. Dois colegas envolveram-se nesta discussão: O professor 1 classifica a frase: «Chove ou faz sol?» – oração coordenada disjuntiva, porque considera que quando dizemos coordenada já estamos a falar de duas orações e não só de uma. Para ele não faz sentido, «é uma redundância», dizer: «Chove» – oração coordenada (que não existe, segundo ele); «ou faz sol» – oração coordenada disjuntiva. O professor 2 considera que a 1.ª oração se chama sempre coordenada, e a segunda, coordenada – disjuntiva, adversativa ou copulativa, conforme a conjunção. Esclareça-me, por favor.
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