No texto de 1 Coríntios 13, verso 1, está escrito:
«Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.»
Analisando exclusivamente o texto bíblico acima, ele informa que existem duas formas de a pessoa falar várias línguas: o indivíduo pode aprender idiomas estudando ou pode ser poliglota por inspiração do Espírito Santo, daí as expressões "dos homens/dos anjos". A conduta é a mesma: falar idiomas, mas a fonte de aprendizado é diversa; no primeiro caso o conhecimento é adquirido pelo estudo, no outro ela fala línguas influenciada espiritualmente pelo Espírito de Deus.
Então pergunto: qual a figura de linguagem que foi utilizada pelo autor?
Obs: desculpem a forma que vou falar a seguir, mas é importante destacar que meu interesse é puramente gramatical, sem viés religioso nenhum. O problema é que quando a gente pergunta a religiosos ou eles não sabem, ou respondem ideologicamente.
Mais uma vez desculpem minha forma de expor o tema.
Obrigado!
Entre colegas, surgiu uma discussão sobre um recurso expressivo na estância 19 d'Os Lusíadas: anástrofe ou hipérbato?
Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
Cobertos [...]
Nesta estância, podemos afirmar que estamos perante anástrofes em «Das naus as velas côncavas inchando» e «Da branca escuma os mares se mostravam/ Cobertos»?
Considero que o hipérbato consiste numa alteração "violenta" na ordem natural da frase, como "os casos que o Adamastor contou futuros".
Desde já, agradeço o vosso esclarecimento.
No segmento «um monstro tão dissimulado, tão fingido, tão astuto, tão enganoso, e tão conhecidamente traidor?» (Padre António Vieira, Sermão de Santo António), podemos constatar a presença de uma gradação. Mas, não podemos constatar também a presença de uma anáfora? Ou a anáfora é apenas a repetição de palavras no início de, pelo menos, duas frases ou dois versos?
Na obra Auto da Lusitânia, de Gil Vicente, a abordagem do tópico acima apresentado é lógica na relação de Sol e Lisibea?
Coloco esta questão, visto que na obra não surgem grandes indicações quanto a este relacionamento.
Aliás, com a leitura da segunda parte da farsa em análise, apenas se sabe que do amor de Sol e Lisibea resulta o nascimento da belíssima jovem Lusitânia...
Agradecia um esclarecimento quanto a esta questão!
A frase «desenhava dragões nas aulas, brincava aos dragões no recreio, lia até adormecer as antigas histórias de dragões» é ou não (e porquê) uma enumeração?
Grata pela vossa atenção.
Qual é o valor expressivo do recurso presente na expressão «nítido ainda, mas esfumado»[1]?
[1 A expressão ocorre no conto "George", de Maria Judite de Carvalho (in Seta Despedida, Lisboa, Europa-América, 1995, pp-31-44).]
Gostaria de saber qual a expressividade literária da frase «Novamente.» no livro Um de nós mente de Karen M. McManus.
A frase é apenas isso e está inserida no seguinte parágrafo:
«Inclino-me no banco e tiro o telemóvel do bolso, percorrendo as mensagens. Leely enviou meia dúzia de mensagens sobre as roupas da Noite das Bruxas e Olivia anda angustiada porque não sabe se deve voltar para Luis. Novamente. Ashon desliga por fim o telemóvel.»
Obrigada
Encontrei o seguinte trecho n'Os Maias e não consegui achar alguma referência explicando a comparação do Sá Nunes com o pinhal de Azambuja.
Eis o trecho:
«O Taveira não subiu. Todos esses dois longos dias se intrigara desesperadamente. O Gouvarinho queria as Obras Públicas: o Videira também. E falava-se duma cena terrível por causa de sindicatos, em casa do presidente do conselho, o Sá Nunes, que terminara por dar um murro na mesa, gritar: "Irra! que isto não é o pinhal de Azambuja!"
– Canalha! rosnou Ega com ódio.»
Poderia dizer o que explica ou originou este tipo de comparação com o pinhal de Azambuja?
Obrigado desde já.
No verso «As casas espiam os homens [...]» ("Poema de sete faces") , do poeta Carlos Drummond de Andrade, podemos identificar a presença da metonímia?
Agradeço desde já a vossa sempre prestável e útil ajuda. No poema de Eugénio de Andrade "Os trabalhos da mão", que recurso(s) expressivo(s) podemos encontrar no verso «Prefere agora as sílabas da sua aflição»?
Obrigada.
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