DÚVIDAS

O plural de pára e de pêra (grafia de 45)
Agradeço a vossa resposta a uma pergunta que fiz há poucos dias, relativamente à grafia do plural de pára (pára-quedista), segundo o antigo AO. Mas, agora, fico sem perceber por que razão é que, se o plural de pára é páras, o de pêra é (como confirmei no Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora) peras, e não pêras. Julgo que pêra tem acento devido à existência do termo arcaico pera; e pára, por haver para. Dado nem pera nem para terem (como é óbvio) formas plurais (ao contrário de pelo, motivo por que o plural de pêlo é pêlos), não entendo a diferença na formação dos plurais de pêra e pára. Poderão explicar-me, por favor? (Repito que a pergunta se refere às grafias segundo o antigo AO.)
O uso do hífen com os compostos
Enfrento algumas dificuldades desde a reforma ortográfica, sobretudo no uso do hífen com os compostos, e mais ainda quando me deparo com jargões específicos, que fatalmente envolverão palavras ausentes dos dicionários. Gostaria de perguntar, se possível, como se escrevem as seguintes construções (a primeira é de uso geral, as outras são eventualmente encontradas no ensino musical): – "Página-título", ou "Página título"? – "Retórico-musical", ou "Retórico musical"? –"nota-contra-nota", ou "nota contra nota"? – "nota-eixo", ou "nota eixo" (no sentido de uma nota de uma melodia que lhe serve de eixo)? – "motivo-cabeça", ou "motivo cabeça" (no sentido de um grupo principal de notas)? – "Estrutura-ritornelo", ou "Estrutura ritornelo" (no sentido de um tipo de estrutura)? – "Quinta mais-que-diminuta", ou "Quinta mais que diminuta" (aqui me parece um caso complexo: pela nova ortografia temos mais-que-perfeito, mas não sei se se resolve uma dúvida dessas "por analogia").
Ainda a grafia de citações (após AO)
Tendo visto a vossa anterior resposta sobre as citações manterem a grafia original do ano/século em que foram escritas com uma nota a alertar para o facto, pergunto se não há possibilidade de não o fazer, por exemplo, em decretos-lei, textos poéticos, ou outros. Na minha opinião pessoal, não faz muito sentido transcrever um texto do início do séc. XX, por exemplo, com a grafia da época, exceto se for feito propositadamente, com motivos linguísticos, estéticos ou literários.
Ainda sobre as consoantes mudas
É comum (ao menos no Brasil) chamarem-se «consoantes mudas» àquelas não seguidas de vogal, como o p da palavra helicóptero. Porém, [...] fui alertado para o fato de que consoantes mudas são aquelas que não são pronunciadas, com o c da palavra facto no português europeu. Daí me veio uma dúvida: que nome se dá a consoantes como o p de helicóptero ou o c de caracterizar? Ou seja, consoantes que são efetivamente pronunciadas.
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