Embora não se apresente um contexto para o constituinte apresentado, será previsível que ele envolva uma situação de ênclise, ou seja, que se construa com o pronome clítico em posição pós-verbal.
A partícula senão1 surge num contexto de articulação de orações e não numa frase simples, tal como se ilustra em (1):
(1) «Conversem com a gente, senão dá-nos o sono! (Camilo Castelo Branco, O Santo da Montanha)2
O contexto em que surge é semelhante ao das frases simples ou das orações coordenadas copulativas (com conjunção e) ou adversativas (com conjunção mas). Nestes casos, o pronome clítico é habitualmente colocado em posição enclítica. Com a partícula senão verifica-se a mesma situação. Por esta razão, caso o constituinte apresentado pela consulente surja numa frase como a proposta em (2), o pronome clítico será colocado após o verbo:
(2) «Termina o trabalho, senão vou chamá-la [a professora].»
Para mais informações sobre contextos de uso de próclise, consulte-se os textos relacionados.
Disponha sempre!
1. Senão é, do ponto de vista semântico, uma partícula de exclusão (cf. Matos e Raposo in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, p. 1811)
2. Exemplo citado por Mendes in Raposo et al., Ibidem, p. 266.