O substantivo biologia refere-se à ciência que estuda os seres vivos nos seus aspetos morfológicos e fisiológicos, que estuda os fenómenos vitais, os meios ou as condições necessárias à reprodução, ao desenvolvimento e à sobrevivência dos seres vivos. Pode ainda referir-se à disciplina escolar na qual se estudam matérias relativas a essa ciência.
A palavra biologia é um composto erudito. Este tipo de compostos resultam da associação de elementos ou radicais de origem grega ou latina, geralmente separados por uma vogal de ligação, muito frequentes na linguagem científica. O substantivo biologia tem dois elementos na sua composição, ambos de origem grega (bíos, «vida» e -logía, «ciência, tratado»), ligados por uma vogal de ligação, constituinte autónomo, que ocupa uma posição própria na estrutura dos compostos: bi-o-logia. Esta vogal de ligação deixa de ser preservada dos efeitos do vocalismo átono quando o composto é lexicalizado, como é o caso de bi[u]logia.
O adjetivo carnívoro caracteriza os seres que se alimentam principalmente de carne. Refere também o ser vivo que pertence ou é relativo aos carnívoros, ou que prefere a carne como alimento. Este adjetivo é também um composto morfológico formado por dois radicais latinos (caro, carnis, «carne», e -voro, «que devora») e uma vogal de ligação: carn- í - voro.
O substantivo pentágono refere um polígono de cinco lados e cinco ângulos. Esta palavra também é um composto morfológico constituído por dois radicais gregos (penta-, de pénte, «cinco», e -gōnos, de gōnía,as, «canto, quina, ângulo»), mas não estão ligados por vogal de ligação: [pent] [ágon]o.
A presença da vogal de ligação é um dos aspectos mais característicos da estrutura dos compostos morfológicos. Segundo a Gramática da Língua Portuguesa (págs. 975-978), de Maria Helena Mira Mateus et al., a vogal i ocorre sempre que o radical da direita é um radical neoclássico de origem latina, se o composto tiver uma estrutura de modificação, como carnívoro. A vogal o ocorre em todos os outros casos.
Esta generalização não se aplica nos casos em que o radical da direita começa por vogal, qualquer que seja a sua etimologia, conforme pentágono. No entanto, temos alguns contra-exemplos indicadores de acidentes da mudança linguística, conforme genocídio, vogal o com radical de origem latina, e velocímetro vogal i com radical de origem grega.