A expressão «literatura de cordel» diz respeito a um conjunto de textos escritos em verso, que eram, geralmente, publicados em folhetos. Este termo provém da forma como antigamente os livros eram expostos para venda, pois estes eram pendurados num cordel à porta das tipografias, livrarias e nas feiras.
De acordo com a Infopédia, esta designação «aplica-se a um vasto conjunto de folhetos, de estilos e temas diversificados, em geral anteriores ao século XIX (altura em que a cultura de massas estava a nascer, uma vez que a imprensa estava vulgarizada e havia cada vez mais pessoas a saber ler)». Já segundo o E-Dicionario de Termos Literários, de Carlos Ceia, a literatura de cordel consiste em «poesia popular impressa em folhetos e vendida em feiras ou praças –, tal como é cultivado no Brasil até hoje (vésperas do Terceiro Milénio), teve origem em Portugal, onde por volta do séc. XVII se popularizaram as folhas volantes (ou folhas soltas), que eram vendidas por cegos em feiras, ruas, praças ou em romarias, presas a um cordel para facilitar sua exposição aos interessados».
Os assuntos abordados por este tipo de textos eram muito diversificados. Tanto falavam de situações verídicas, tratando-as de forma satírica ou romanceada, como contavam histórias fantasiadas de gosto popular. No fundo, estes folhetos serviam para informar, mas também para entreter e divertir, aproveitando muitas vezes para atacar ou defender causas ou personalidades públicas. Devido aos seus temas variados, na literatura de cordel pode-se também incluir o romance, com caraterísticas mais populares e oralizantes (p. ex. as histórias infantis), ou o teatro.
Esta forma de literatura popular foi difundida por toda a Europa, em especial, em países como a Espanha, a França e a Inglaterra, onde este género foi muito abundante. No Brasil, popularizou-se mais nas regiões do Nordeste e do Norte (da Bahia ao Pará), tendo-se enraizado profundamente e continuando nos dias de hoje. Contudo, estes textos são pouco valorizados enquanto literatura e, por isso, esta expressão pode, em alguns contextos, ter o sentido depreciativo de «pouco valor ou pouca qualidade».