Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, um mestre-sala é um «indivíduo que dirige um baile público» e, em etnografia (regionalismo do Brasil), «figura de destaque nas escolas de samba, que forma par com a porta-bandeira». É, ainda, «o mesmo que mestre-de-cerimônias», isto é, «oficial encarregado do cerimonial nas recepções de uma corte, ou em outros atos solenes; mestre-sala» ou «clérigo a quem é confiada a direção de uma cerimônia litúrgica».
O referido Dicionário Houaiss e o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, concordam, quando indicam que o plural de mestre-sala (escreve-se com hífen) é mestres-salas. Não obstante, a Mordebe — Base de Dados Morfológica do Português regista mestres-sala, forma que faz todo o sentido, quando se verifica que este composto, não tendo uma estrutura de coordenação (não se trata de uma entidade que é mestre e sala ao mesmo tempo), antes cria uma estrutura de adjunção, em que o termo da direita modifica o da esquerda, isto é, em que se define um tipo de mestre. De acordo com os critérios relativos ao plural de palavras compostas por dois substantivos, mestres-sala afigura-se-nos, por conseguinte, a forma mais correcta, não se compreendendo a forma registada nos dicionários em apreço.
Porta-bandeira (também com hífen) tem como plural porta-bandeiras, uma vez que o composto é formado por uma forma verbal (porta) e um substantivo (bandeira): neste caso, apenas o substantivo assume o plural. É, como termo militar, «oficial que leva a bandeira do regimento» ou «indivíduo que carrega uma bandeira ou estandarte em desfile, parada, procissão etc.; porta-estandarte» (cf. Dicionário Eletrônico Houaiss). Em etnografia, e como regionalismo do Brasil, é, «nos blocos carnavalescos e escolas de samba, passista que dança com o estandarte da sua agremiação, fazendo par com o mestre-sala; porta-estandarte» (idem).