1. Geralmente, as sequências de dois substantivos que funcionam globalmente como um grupo nominal, muitas vezes funcionando na globalidade com um significado específico, são hifenizadas. No caso em questão, não há dúvida, porque até está dicionarizado: escreve-se menino-prodígio com hífen, palavra que aceita dois plurais – meninos-prodígios e meninos-prodígio (cf. Dicionário Houaiss; ver também os vocabulários ortográficos mais recentes, entre eles, o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa).
2. Quanto à locução «fora de série»1, diga-se que, embora usada adjetivalmente, não tem plural, uma vez que se trata de um composto cujo núcleo é constituído por uma locução prepositiva (fora de), que, como tal, é invariável, como acontece com as locuções fora da lei ou fora de jogo2 (cf. Vocabulário Ortográfico Atualizado da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa, vocabulário ortográfico da Porto Editora e Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras).
1 Antes da aplicação do acordo ortográfico de 1990, deveria escrever-se com hífenes, conforme o caso de fora-de-jogo (Rebelo Gonçalves, Vocabulário da Língua Portuguesa, 1966).
2 Observe-se, porém, que há fontes que registam o plural de fora de jogo (Vocabulário Ortográfico do Português, Portal da Língua; e Vocabulário Comum da Língua Portuguesa, Instituto Internacional da Língua Portuguesa), o que de alguma forma parece legitimar a forma "foras de série". Mesmo assim, o estatuto preposicional e, portanto, invariável de «fora de» parece aconselhar o uso da mesma forma quer nos dois géneros quer nos dois números.