Começo por definir nomes concretos e nomes abstractos.
Nomes concretos são nomes que designam seres observáveis, tangíveis e localizáveis no tempo e no espaço. Sol e olho incluem-se nesta subclasse.
Ar e vento, apesar de não serem observáveis (podemos, sim, observar o seu resultado), existem como seres. São, também, nomes concretos.
Nomes abstractos são nomes que designam entidades que não são físicas nem observáveis e resultam de uma conceptualização abstracta. Referem acções (arrumação), qualidades (bondade), processos (crescimento), estados (cansaço), etc. Réveillon, sendo um evento, é considerado um nome abstracto. Não nomeia nenhum objecto ou entidade que possamos observar e tocar.
No entanto, é importante referir que não existe uma verdadeira oposição concreto/abstracto, mas sim diferentes graus de concretismo e abstracção. Ou seja, um mesmo nome pode ser mais ou menos concreto, consoante o contexto linguístico em que ocorre. Veja-se, por exemplo, como os nomes que classifiquei como concretos podem, nos exemplos seguintes, exibir um valor mais abstracto:
(1) «Ela tem olho clínico para detectar erros ortográficos!»
(2) «Os filhos são o sol da nossa vida!»