As duas palavras não sofreram alteração com o novo Acordo Ortográfico, mantendo a grafia anterior: luso-africano e lusodescendente.
Seguindo o que já se encontrava atestado pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves (1966) – como se pode verificar na resposta em linha, de 1997, «Sobre o uso do hífen», o Vocabulário Ortográfico do Português (VOP) – instrumento desenvolvido pelo ILTEC e disponível gratuitamente no Portal da Língua Portuguesa –, os elementos gentílicos (ou seja, nomes que designam a naturalidade de alguém), quando combinados com outros gentílicos, devem ser sempre grafados com hífen. Assim, à semelhança de luso-brasileiro, luso-americano, luso-asiático, luso-canadiano, também a palavra luso-africano deve ser grafada com hífen (não havendo alteração em relação à norma anterior).
Ora, nestes compostos, todos os seus elementos constituintes são gentílicos, o que não acontece com a palavra lusodescendente. Neste composto, o segundo elemento – o adjetivo descendente – não corresponde a um gentílico, à semelhança dos segundos elementos de lusofonia, lusofilia, lusologia, lusotropicalismo, que são, por esse motivo, grafados aglutinadamente.
Nota: Estes critérios estão na base das opções gráficas tomadas no VOP, o qual foi oficializado em Diário da República pela resolução do Conselho de Ministros n.° 8/2011.