«Não negue» e «Investigue», como frases imperativas, «expressam um ato ilocutório diretivo, em que, «através do seu enunciado, o locutor visa obter num futuro imediato a execução de uma determinada ação ou atividade por parte do ouvinte, ou de alguém a quem o ouvinte transmita» (Mira Mateus et alii, Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, p. 449).
As duas frases — «Não negue» [em que, por ser uma frase negativa, «o imperativo é suprido pelo conjuntivo» (idem, p. 452)] e «Investigue» [em que «o conjuntivo presente na terceira pessoa do singular surge como supletivo do imperativo» (idem) = «Investigue você»] expressam ordens diretas, dirigidas a um interlocutor, razão pela qual o seu valor do ponto de vista pragmático é o da, tal como o de todas as imperativas, expressão de um ato ilocutório diretivo.
A dúvida que pode surgir, relativamente a essas frases, reside nas possibilidades de interpretação permitidas pelo contexto em que as frases se inserem, pois «os atos diretivos diretos podem realizar-se em português na expressão de ordem, pedido, sugestão e conselho» (idem, p. 76). Portanto, quer transmitam uma ordem, uma sugestão, um pedido ou um conselho, estas frases, pelo seu objetivo ilocutório, acentuam unicamente um ato diretivo.