As frases, consideradas na sua estrutura gramatical, estão efetivamente incorretas. O verbo devia estar no plural.
Portanto: «Férias são na Bahia», «Ofertas são na Bahia».
Mas lembremos Rodrigues Lapa. Muitas vezes, a frase fica mais expressiva se não nos cingirmos exatamente às regras gramaticais. Vejamos os dois casos.
«Se queres boas férias, é na Bahia que as deves ter». A frase resumida apresentada é mais sugestiva.
«Compras que são ofertas, é aqui que as encontras». A frase resumida também é mais sugestiva.
Qualquer uma delas, pelo inusitado da discordância gramatical, desperta mais a atenção.
Esta aceitação de tolerância na forma, não significa que se devam ignorar as regras gramaticais. Só mesmo quando se domina bem a gramática, se pode iludir a sua rigidez sem cometer erros grosseiros.
Quem conhece bem as normas sabe que há, nas duas frases em apreço, um erro grosseiro de concordância no número do nome com a pessoa utilizada no verbo. Mas também sabe que, entre o sujeito e o predicado direto, uma vírgula é um erro grosseiro. Então, pode manter as frases sugestivas dando a entender (para quem também sabe), por meio de uma vírgula, que não há ligação entre nome e o verbo nas duas expressões: «Férias, é na Bahia». «Ofertas, é aqui». As vírgulas significam que há elisão nas frases, e que temos o verbo na frase em função de realce.
Em resumo, penso que as frases apresentadas só seriam aceitáveis com as vírgulas e que a publicidade não deve grafar com erros grosseiros, demais a mais atendendo ao seu objetivo de grande divulgação. Insisto: deveria ter mesmo cuidados redobrados e ser feita por pessoas que dominassem bem a nossa estimada “comum língua”, irmã brasileira. A quem saúdo aqui de longe... e tão perto com Ciberdúvidas...