«(...) Os voluntaristas como Marcelo, não podem queixar-se do que está a acontecer, porque são consequência de políticas que apoiaram e apoiam, e que estão a destruir o projecto europeu. O seu “realismo” actual mantem o statu quo. (...)»
José Pacheco Pereira, Público, 22/07/2016
Em bolandas andam no espaço público português as regras da acentuação. Não raro por via da má aplicação de algumas alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico, na ilustração em cima foi mesmo pecadilho do autor: o verbo manter continua com acentuação na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, tal como acontecia na norma anterior, de 1945. E como não consta que o vocábulo “mantem” se tenha transformado, já, num neologismo...
E há, ainda, aquele outro (bem maior...) pecadilho da vírgula entre o sujeito e o predicado. Nenhum problema teria havido, se ela estivesse também colocada depois de «voluntaristas» – ou se se não houvesse vírgula nenhuma na expressão em causa. Assim é que não, dr. Pacheco Pereira!...
Cf. 5 bons motivos (e 10 regras) para usar corretamente a vírgula
N.E. – O não uso da obrigatória vírgula no vocativo – seja quando ela representa um chamamento, um apelo, uma saudação ou uma evocação* – generalizou-se praticamente no espaço público português, dos órgãos de comunicação social à publicidade .Por exemplo, aqui, aqui, aqui, aqui ou aqui. Uma incorreção várias vezes esclarecida no Ciberdúvidas – vide Textos Relacionados, ao lado –, assim como noutros espaços à volta da língua portuguesa.
Cf. entre outros registos: Vocativo + Vocativo: uma unidade à parte + O uso da vírgula no vocativo, Vocativo – uma questão de vírgula + A vírgula do vocativo – Exemplos de vocativo no início, no meio e no fim da frase + 5 bons motivos (e 10 regras) para usar corretamente a vírgula.
* Por regra, no discurso direto e, geralmente, em frases imperativas, interrogativas ou exclamativas.