O sujeito concorda sempre com a forma verbal da frase. A forma verbal está na primeira pessoa do plural, logo não há dúvida de que o sujeito é nulo subentendido (nós).
Todos (nós) devemos ajudar.
Uma das características das formas fortes dos pronomes pessoais é a possibilidade de se combinarem com o quantificador universal todos, seguindo-o, como em a); precedendo-o, como em b) ou ocorrendo numa construção de flutuação do quantificador, como em c).
a) Todo(a)s ele(a)s devem ajudar.
b) Vós todos deveis ajudar.
c) Nós devemos todos ajudar.
Quando o pronome sujeito é omitido, temos as construções seguintes:
a') Todos [-] devem ajudar.
a'') [-] Devem todos ajudar.
b') Todos [-] deveis ajudar.
b'') [-] Deveis todos ajudar.
e
c') Todos [-] devemos ajudar.
c'') [-] Devemos todos ajudar.
A frase em análise exemplifica uma construção de flutuação do quantificador com sujeito pronominal nulo subentendido.
(cf. Gramática do Português, Cap.23, possibilidades combinatórias dos pronomes pessoais e Cap.43, sujeito nulo, vols. I e II, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.