Nada do que é humano me é estranho.
1. Análise sintática
O constituinte sublinhado é sujeito da frase, realizado por um sintagma nominal cujo núcleo é o pronome «nada», complementado por um sintagma preposicional «do que é humano», que tem por núcleo a preposição «de» na forma contraída com o pronome demonstrativo «o» (é pronome demonstrativo porque é comutável com «aquilo» Cf. Cunha, C.; Cintra, L., Nova Gramática do Português Contemporâneo, Ed. Sá da Costa, 1986, pp. 340-341). Por sua vez, «o» é determinado pela oração relativa «que é humano», ou seja, o antecedente do pronome relativo «que» é «o»).
2. Análise semântica
Trata-se de uma negação quantificacional, realizada pela expressão intrinsecamente negativa «nada». (Cf. Raposo, E. B. P et al. Gramática do Português, FCG, 2013, p. 483). O constituinte negativo exprime em si mesmo não só um valor de operador negativo, mas também o valor próprio de quantificador: «nada» = exclusão de todas as coisas de um conjunto. «Nada» designa um conjunto (vazio) visado no sintagma preposicional «do que é humano» = de todas as coisas que são humanas/de todas as coisas que podem ter características humanas.