Em dicionários e enciclopédias, não foi possível encontrar registo de arava nem como designação de árvore ou fruto, nem como denominação de qualquer outra realidade.
Parece tratar-se de um substantivo que apenas ocorre em Quando os Os Lobos Uivam, da autoria de Aquilino Ribeiro (1885-1963). Dois dos glossários dedicados à obra deste escritor ou não registam a palavra – caso do estudo de António Faria, "Contribuição para o estudo de Aquilino Ribeiro", Revista de Portugal, vol. XXXIII, 1968 –, ou ficam pelo simples registo da ocorrência em questão. É o que acontece com o Glossário Sucinto para Melhor Compreensão de Aquilino Ribeiro, de Elviro Rocha Gomes, onde se diz apenas que arava é «uma fruta brasileira», sem juntar outra informação.
Uma consulta da Internet, permite recolher "arava", mas trata-se de uma adaptação pontual do hebraico ערבה hebraico (transliterável como aravah), que significa «salgueiro» (ver Jessé Corrêa de Oliveira, Manual de Teshuváh – para as Festas: Rosh Hashanah, Yom Kipur e Sukot)*. Não sendo o salgueiro conhecido ou utilizado como árvore frutífera, torna-se implausível que a arava aquiliniana se identifique com a "arava" hebraica.
* Obra em linha que evidencia vários problemas de correção linguística. Como o propósito era somente o de atestar a forma "arava", considerou-se válida como fonte de informação, ainda com que com ressalvas como esta.
N. E. (8/5/2017) – Pode tratar-se de Arava, um subtipo de melão Gália (cf. Italo Sorac Rafael de Queiroz, Cultivo do Meloeiro em Sistema Semi-hidropônico sob Diferentes Concentrações de Potássio na Solução Nutritiva, tese de mestrado, Mossoró, Universidade Federal Rural do Semiárido, 2016, pág. 6; agradecimentos por esta indicação bibliográfica ao consulente Giovanni Saponaro). Mas não é de excluir a possibilidade de Aquilino Ribeiro ter pretendido referir o araçá e que arava ocorra por lapso ou como gralha (agradece-se esta sugestão ao consultor Luciano Eduardo de Oliveira). O substantivo araçá designa quer um fruto abundante no Brasil quer as árvores que o dão, dos géneros Psidium, Campomanesia ou Myrcia (cf. Dicionário Houaiss).