Mandam as regras que o verbo pedir seja normalmente acompanhado de dois complementos: um direto e um indireto. Pede-se, pois, alguma coisa (CD) a alguém (CIND): «eu pedi um livro ao João» ou «eu pedi ao João que me emprestasse um livro».
Quando o complemento direto é uma oração, encontramos o verbo pedir regendo duas estruturas diferentes que muitas vezes vemos confundidas pelos portugueses: «pode-se pedir que…» e «pode-se pedir para…».
Mandam também as regras que o verbo pedir integre a estrutura pedir para quando o sujeito e o complemento indireto são a mesma pessoa. Pedir que deverá ocorrer sempre que o sujeito e o complemento indireto sejam pessoas diferentes.
Assim, dir-se-á: «eu pedi-lhe para telefonar ao médico (eu peço / eu telefono)»; mas deverá dizer-se «eu pedi-lhe que telefonasse ao médico» quando sou eu que peço, mas quem telefona é outra pessoa (eu peço / tu telefonas).
Nesta notícia, deveria escever-se «FMI pede aos credores europeus que reestruturem a dívida grega», uma vez que é o FMI que pede, mas quem vai reestruturar a dívida serão os credores europeus. Esta frase do jornal está incorreta, pois não é o FMI que vai reestruturar a dívida, mas sim os credores.
Se eu pedir à minha irmã para sair mais cedo, por exemplo, sou eu que saio e a minha irmã é a pessoa a quem eu peço. Se eu quiser que seja, por exemplo, a minha irmã a sair mais cedo, eu não lhe *«peço para sair mais cedo»; eu «peço-lhe que saia mais cedo».