Tal como pedir, os verbos implorar e suplicar são verbos transitivos diretos e indiretos, ou seja, ocorrem com um complemento direto («aquilo que se implora/suplica») e um complemento indireto («a pessoa a quem se implora/suplica»)1. Note-se, porém, que dados do português do Brasil indicam que, pelo menos nesta variedade, se aceita também o emprego da preposição por a introduzir o complemento referente à coisa que se implora ou suplica (cf. Francisco Borba, Dicionário de Uso do Português do Brasil, São Paulo, Editora Ática, 2002); exemplos (idem):
(1) «O ministro Jatene implora por recursos para a saúde.»
(2) «Havia-os desgarrados de si mesmos como se suplicassem pela própria existência.»
Diga-se, contudo, que, entre as frases em questão, as mais adequadas do ponto de vista do português de Portugal são as que apresentam complemento direto: «Não me restou alternativa senão implorar a ajuda de todos os deuses de que me lembrei»; «Implorei todas as ajudas possíveis».
1 Consultar J. Malaca Casteleiro, Dicionário Gramatical de Verbos Portugueses (Lisboa, Texto Editores, 2007).