Segundo Evanildo Bechara, na sua Moderna Gramática Portuguesa, «Chamam-se semivogais as vogais i e u (orais ou nasais) quando assilábicas, as quais acompanham a vogal numa mesma sílaba. Os encontros vocálicos dão origem aos ditongos, tritongos e hiatos. (...)
Ditongo é o encontro de uma vogal e de uma semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba: pai, mãe, água, cárie, mágoa, rei.
Sendo a vogal a base da sílaba ou o elemento silábico, é ela o som vocálico que, no ditongo, se ouve mais distintamente.
Os ditongos podem ser:
a) crescentes e decrescentes
b) orais e nasais
Crescente é o ditongo em que a semivogal vem antes da vogal: água, cárie, mágoa.
Decrescente é o ditongo em que a vogal vem antes da semivogal: pai, mãe, rei.»
Acreditamos que esta citação do gramático brasileiro esclarece a dúvida apresentada, acrescentando nós apenas os seguintes exemplos, que retirámos da mesma gramática e que dizem diretamente respeito ao caso que coloca:
- «miúdo» «linguiça» (ditongos orais crescentes) – o "u" e o "i" são, respetivamente, a vogal em cada um dos ditongos, pois é o som que, no ditongo, se ouve mais distintamente.
- «viu» «fui» (ditongos orais decrescentes) – o "u" e o "i" são, respetivamente, a vogal em cada um dos ditongos.
- «muito» (ditongo nasal decrescente) – o "u" é a vogal do ditongo.