Agradecem-se as generosas palavras de apreço.
A forma da locução é «com vista a» (no Brasil, pode usar-se também com vista no plural, «com vistas a»), pois é assim que se regista nos dicionários e é também assim que ocorre em textos de diversos períodos:
(1) «com vista(s) a – locução preposicional: com o objetivo, o propósito de; no sentido de» (dicionário da Academia de Ciências de Lisboa);
(2) «com vista(s) a – fórmula com que se submete um requerimento ou uma demanda a uma autoridade ou repartição. Ex.: com vistas ao Ministro (Dicionário Houaiss);
(3) «... e emborca um trago de aguardente dos vinhedos do Bombarral, com vista a que lhe regresse aos membros a quentura» (Mário Cláudio, Peregrinação de Barnabé das Índias, 1998 in Corpus do Português);
(4) «Juntei-a apenas como um dado informativo com vista à representação no próximo Congresso [...]» (José Cardoso Pires, A República dos Corvos, 1999, ibidem);
(5) «Mas isso é coisa para quem aposta que o Brasil vai dar certo. É uma operação com vistas ao médio prazo [...]» (jornal do Recife, "Compra de ações é financiada", 1997, ibidem).
É de notar ainda que a locução era considerada um galicismo pelos puristas, «que sugeriram em seu lugar "com intuito de", "com intenções de"» (Dicionário Houaiss). Este juízo hoje parece ultrapassado, e não há motivo forte para não utilizar «com vista a» ou «com vistas a».