O uso da expressão «com vista a» – ou, melhor, a sua estrutura – parece divergir entre Portugal e Brasil. Numa pesquisa pelo Corpus do Português, introduzindo a expressão com variantes, obtive os seguintes resultados:
«Com vista a»: Portugal, 134; Brasil, 3;
«Com vistas a»: Portugal, 0; Brasil, 24;
«Com vista à»: Portugal, 96; Brasil, 1;
«Com vistas à»: Portugal, 1; Brasil, 24.
Numa pesquisa Google, o número de ocorrências é muito mais elevado, mas verifica-se, do mesmo modo, uma prevalência da expressão «com vistas a» no Brasil.
Assim, poderemos dizer com algum rigor que a expressão «com vista a» está a adquirir, sobretudo no Brasil, a forma «com vistas a».
Quanto à presença ou não do acento, tudo depende do contexto em que surge a expressão. Se a palavra que a segue for acompanhada pelo artigo definido feminino (singular ou plural), ocorre a crase e surge o acento. Do mesmo modo, se a palavra for masculina e for igualmente antecedida de artigo, a forma passa a ser «com vista ao/aos», dando-se, de igual modo, a crase.