A expressão latina anda registada com outra ordem de elementos — «magnum opus» — em dicionários ingleses (cf. o Oxford Advanced Learner´s Dictionary), como designação da obra mais importante, mais marcante e de maior fôlego no conjunto da produção de um escritor, poeta, artista plástico, etc. Contudo, em português, a mesma expressão conforma-se ao padrão geral de colocação do adjetivo nessa língua, ocorrendo o adjetivo posposto ao substantivo («opus magnum»), não em dicionários, mas na comunicação social, como evidenciam alguns exemplos dos anos 90 do século passado, retirados do corpus CETEMPúblico:
«[...] Joyce só no continente consegue escrever o seu opus magnum sobre o dédalo de Dublin [...].»
«Pretendem assim ir em busca de aspectos que nesse opus magnum não tivessem um tratamento específico.»
A interpretação destes exemplos de «opus magnum» converge com a de «magnum opus» em inglês.
Em português, «magnum opus»/«opus magnum» é traduzível por obra-prima, cujos sinónimos também são possíveis: «obra mestra», «obra capital» «obra máxima» (cf. Dicionário Houaiss e Linguee).
Note-se, no entanto, que nem sempre obra-prima é sobretudo a tradução adequada de masterpiece, visto que para «magnum opus» é também preciso ter em conta a dimensão, o que permite que «obra máxima» seja também uma opção de tradução.
O termo «magnum opus»/«opus magnum» remonta à alquimia, prática em que a expressão significava «a grande obra», isto é, o processo mediante o qual se obtinha a pedra filosofal.