A etimologia de guardião que parece ter mais aceitação na dicionarística é devedora do Diccionario Crítico Etimológico Castellano e Hispánico, de Joan Coromines e José Antonio Pascual, e encontra-se exposta no Dicionário Houaiss:
«latim medieval guardianus < *wardianus, romanização do acusativo gótico wardjan < warda "sentinela"; cp. italiano guardiano "que tem o encargo de vigiar" e espanhol guardián "idem", de mesma origem [...].»
No entanto, não é de excluir outra hipótese, a de a palavra portuguesa (e os seus cognatos noutras línguas românicas, entre elas, o castelhano) ter origem em guardianus, forma que o latim medieval deu a um empréstimo não do gótico (uma língua germânica), mas, sim, do frâncico (outra língua germânica), uma palavra que teria a forma *warding-. Este vocábulo faria parte da família do verbo frâncico *wardon, que de algum modo manteria a forma *wardon, «guardar», do protogermânico (cf. Online Etymology Dictionary). A palavra portuguesa (com a sua homóloga castelhana) poderá, portanto, remontar a uma palavra latina introduzida pela influência francesa e occitana, que se intensificou no norte da Península Ibérica a partir de finais do século XI.