DÚVIDAS

A dupla grafia de ideia

Consultei já os devidos esclarecimentos acerca da dupla grafia do vocábulo ide[é]ia. Contudo, continuo sem perceber porque é que no Brasil se acentua o e. É pelo facto de a pronúncia brasileira abrir o ditongo ei?

Ainda, a palavra ide[é]ia é bi- ou trissilábica? Como se classifica em termos de acentuação da sílaba tónica?

Por fim, em Portugal não me lembro de aprender na escola os termos proparoxítona, paroxítona e oxítona, mas os sinónimos esdrúxula, grave e aguda são-me completamente familiares. É normal, em Portugal, utilizar-se a nomenclatura que referi por último?

Resposta

1 – De acordo com o Formulário Ortográfico de 1943, neste momento ainda em vigor no Brasil, escreve-se idéia porque a sequência <éi> representa um ditongo aberto. É o que se conclui da leitura da parte XII, Acentuação Gráfica, do referido formulário:

«6.ª – Põe-se o acento agudo na base dos ditongos abertos éi, éu, ói, quando tônicos: assembléia, bacharéis, chapéu, jibóia, lóio, paranóico, rouxinóis, etc.»

No português de Portugal, em vez de um ditongo aberto, há um ditongo fechado; daí ideia. No novo Acordo Ortográfico, está previsto suprimir o acento na situação descrita, pelo que tanto em Portugal como no Brasil passará a escrever-se simplesmente ideia.

2 – A palavra ideia é trissilábica: i-dei-a. É uma palavra grave.

3 – Os termos proparoxítona, paroxítona e oxítona fazem parte da Nomenclatura Gramatical Brasileira. A par destes, em Portugal, são tradicionais os termos esdrúxula, grave e aguda, conforme a Nomenclatura Gramatical de 1967.

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