São legítimas no Brasil as palavras que figurarem no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) que a Academia Brasileira de Letras publicou. Penso que lá estarão, sim, as duplas grafias que indica, visto taxativamente estarem no texto do Acordo de 1990.
Mesmo assim, eu recomendo que siga a grafia usual no país de acolhimento, por uma questão de cortesia.
Esta questão das duplas grafias parece permitir uma grande liberdade na escrita, mas deve ser usada com discernimento. Saber utilizar a palavra escrita adequada na comunidade linguística a que nos dirigimos é uma prova de cultura. Chamo-lhe propriedade gráfica na comunidade.
É legítimo a qualquer um desejar escrever como escreve no seu país, mas então assume ostensivamente a sua nacionalidade no país onde está. Também ninguém é obrigado a imitar a pronúncia do país em que vive, só que na prosódia é mais difícil a adaptação, o que se desculpa. Ora, ainda assim, não nos digam que não é grato ouvir um treinador, que sabemos estrangeiro, falar fluentemente e com perfeição a língua da equipa que treina…
Sendo português, não recomendo que no Brasil seja brasileiro, mas que retribua com gentileza a inegável amizade que esse grande país do futuro tem por nós.