A coesão textual tem que ver com processos de sequencialização no enunciado que mantêm uma relação linguística coerente ou coesa entre os elementos da frase. Os processos de coesão textual são os seguintes: coesão gramatical e coesão lexical. O primeiro processo engloba a coesão frásica, intrafrásica, temporal e referencial.
A coesão temporal ou a correlação verbal é o processo que assegura uma coerência lógica entre tempos verbais. Quando o enunciado é sobre um acontecimento passado, os tempos activados são o pretérito perfeito, imperfeito ou pretérito mais-que-perfeito. O pretérito perfeito expressa uma situação terminada. Neste sentido, a frase 1) está incorrecta ao nível da correlação verbal, porque o tempo gramatical da frase principal («Na minha infância, eu pedi») é o pretérito perfeito e está a articular-se com o presente do conjuntivo («que Fernanda seja minha namorada»), criando assim um desajuste temporal.
A frase 2) está correcta porque ambos os tempos gramaticais dos verbos em causa são pretéritos: o primeiro é o pretérito perfeito do indicativo (pedi), e o segundo, o pretérito imperfeito do conjuntivo (fosse). O uso no conjuntivo neste caso deve-se ao facto de ser uma frase subordinada, e este modo é o modo por excelência de construções subordinadas.
Bibliografia: Mateus, Maria Helena et aliae (2003), Gramática da Língua Portuguesa, Caminho, Lisboa.
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