A frase apresentada não exibe um sujeito formado por dois infinitivos, como nas frases seguintes: «Pensar e agir é essencial na vida quotidiana.»; «Pensar e agir são competências humanas.»
A frase exibe, sim, um sujeito composto por dois nomes: «o pensar» e «o agir» que funcionam, na frase, como grupos nominais comuns obtidos por derivação por conversão ou derivação imprópria [um verbo dá origem a um nome (= antecedendo o infinitivo de um determinante artigo, como por exemplo em «o comer» (< comerV); «aquele andar» (< andarV)].
Assim, aplicando a regra da concordância sujeito-verbo, o verbo auxiliar modal, que recebe os traços de flexão, tem obrigatoriamente de concordar com o sujeito composto: «o pensar e o agir devem coadunar no pensar e no agir do outro».
Acresce ainda o facto de o verbo coadunar ser um verbo transitivo direto (X coaduna Y) e um verbo transitivo direto e indireto (X coaduna Y com Z). A utilização da preposição em (regência) não nos parece correta.
Segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o verbo coadunar tem as seguintes aceções: «1. Juntar, incorporar, reunir, para a formação de um todo: coadunar várias ideias. 2. Confirmar, combinar, harmonizar: coadunar opiniões diferentes. 3. Aceção pronominal: conformar-se, combinar-se harmonizar-se «Muitos cavalheiros … passam a vida acidentada à procura … de um ofício definitivo que se coadune com o próprio temperamento» (João do Rio, Cinematógrafo, p.95).»
Assim, sugerimos:
a) «O pensar e o agir de um devem coadunar o pensar e o agir do outro.»
ou
b) «O pensar e o agir de um devem coadunar-se com o pensar e o agir do outro.»