A resposta que procura – exposta em termos não muito categóricos –, encontra-a na Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1984, pp. 506/507), de Celso Cunha e L. F. Lindley Cintra:
«Quando os sujeitos são dois ou mais infinitivos, o verbo fica no singular:
Olhar e ver era para mim um recurso de defesa. [José Lins do Rego (...)]
Fazer e escrever é a mesma coisa. [João de Araújo Correia (...)]
Vê-lo e amá-lo foi obra de um minuto. [Raquel de Queirós (...)]
Mas o verbo pode ir para o plural quando os infinitivos exprimem ideias nitidamente contrárias:
Em sua vida, à porfia,
Se alternam rir e chorar. [Alberto de Oliveira (...)].»
Observe-se, porém, que no caso em discussão a coordenação dos infinitivos é feita por meio da conjunção disjuntiva ou, e não com a conjunção copulativa e. Com efeito, a coordenação de sujeitos por meio de ou torna ainda menos forçosa a concordância no plural, embora não a exclua (ver Cunha e Cintra, op.cit, pág. 508/509 e Evanildo Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, Editora Lucerna, 2002, pág. 557).
Sendo assim, maior margem existe para aceitar e até recomendar a concordância no singular com um sujeito constituído por dois infinitivos coordenados por ou:
(1) «Escovar os dentes com a torneira aberta ou tomar banho demorado gasta muita água.»