Os verbos são passíveis de ser organizados segundo diferentes critérios: sintáticos, semânticos ou morfológicos. No âmbito destes enquadramentos, encontramos também propostas diversificadas, que optam por uma visão mais específica ou mais genérica.
Uma das possibilidades de classificação dos verbos assenta, deste modo, no seu significado genérico. Mário Vilela é um autor que propõe uma abordagem desta natureza, na sua Gramática da Língua Portuguesa. Neste quadro, os verbos de ação são definidos como «aqueles em que a “processualidade” tem como ponto de partida um “Agente”, implicam um “fazer”» (Ibidem, p. 62). Daí que um verbo de ação responda à questão «Que é que fez o SUJ?».
Por outro lado, os verbos de processo «designam mudança nas entidades às quais os verbos se aplicam e implicam um “acontecer”, um “passar-se com”» (Ibidem, p. 63)
Se aplicarmos os conceitos de Vilela ao verbo acusar, numa frase como (1):
(1) «O Rui acusou o João.»
percebemos que se trata de um verbo de ação, visto que tem um agente («O Rui») e um “fazer”, como se observa na possibilidade de questionar a frase: «Que é que fez o Rui?»
O facto de o consulente não apresentar qualquer contexto para a forma de particípio que apresenta não permite que a análise possa ir além do que ficou dito. Todavia, é certo que os verbos podem pertencer a mais do que uma classe significativa.
Disponha sempre!