a) Dos verbos de processo fazem parte os verbos meteorológicos (chover, nevar), os inergativos de actividade física (chorar, dançar) e os verbos de movimento (correr, nadar). Estes verbos exprimem sempre eventos durativos, como é o caso de amanhecer, envelhecer, gotejar, perseguir, etc.
b) Quanto aos processos de formação de palavras, na língua portuguesa estes podem ser:
– afixação, que compreende a derivação (ex.: realiza(r) + vel > realizável), a derivação parassintética (ex.: es + braç(o) + ejar > esbracejar) e a conversão (ex.: chorar–verbo > chorar–nome);
– modificação, que compreende a sufixação avaliativa (ex.: livr(o) + inho > livrinho) e a prefixação (ex.: in + justo > injusto; pré-aviso);
– composição morfológica, que compreende as estruturas de modificação (ex.: cali + grafia > caligrafia) e as estruturas de coordenação (ex.: luso-brasileiro);
– composição morfo-sintáctica, que compreende a justaposição e a aglutinação (ex.: pontapé, artimanha), as estruturas de adjunção (ex.: homem-aranha, governos-sombra); estruturas de conjunção (ex.: trabalhador-estudante) e estruturas de reanálise (ex.: abre-latas).
Para um estudo mais aprofundado sobre estas matérias recomendo a seguinte literatura:
– Gramática da Língua Portuguesa (2003) de Maria Helena Mira Mateus et aliae, Ed. Caminho, Lisboa. Série Linguística. (Nesta obra a parte III é dedicada aos «Aspectos semânticos da gramática do português» e tem na página 195 um capítulo dedicado aos «Processos e verbos de processo».
Na parte V são tratados os «Aspectos morfológicos da gramática do português» em que a Pr.ª Dr.ª Alina Villalva analisa a estrutura morfológica básica, a formação de palavras por afixação e por composição ).
– Dicionário Gramatical de Verbos do Português Contemporâneo do Brasil (1991), de Francisco da Silva Borba et alii, 2 ed., Editora da Universidade Estadual Paulista, São Paulo.
– Significado e estrutura lingüística (1979) de Wallace L Chafe, ed. Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro.