DÚVIDAS

A regência do verbo abalroar
No dicionário de verbos portugueses da Porto Editora – 1.ª edição, de 1999, pág.687 –, a regência indicada para o verbo abalroar é com. E dão um exemplo de frase: «O navio de passageiros abalroou com a traineira». Há muito que 'adoptei' (e sou 'gozado' por isso) essa regência. Contudo, por todo o lado e especialmente na imprensa, ouvimos notícias do género: «O autocarro abalroou o táxi'» A minha questão é: não se deveria dizer , antes, «O autocarro abalroou com o táxi»? Com os meus melhores cumprimentos e antecipados agradecimentos pela resposta,    
Tráfego, tráfico e trânsito
No programa da RTP Bom Português do dia 10 de outubro de 2016, a pergunta era sobre se dizia tráfego ou tráfico, e deram como resposta certa "tráfego", não admitindo "tráfico" como podendo ter o mesmo significado. Segundo o site da Infopédia o terceiro e quarto significado de tráfico são: «3. conjunto dos veículos que circulam numa via de comunicação 4. circulação de veículos», ou seja, o mesmo que tráfego. Poderiam esclarecer esta situação? Obrigada.
O significado acarrejo
(regionalismo de Trás-os-Montes)
Ao ler este poema de Amadeu Ferreira dei conta desta parte: «....Já não precisas de afiardias para rebentar fragas de pãopalpa o cheiro que o ar traz nas veiasesquece o acarrejo adormecido em extensas sestase acende outeiros infinitos em teus calados olhos Deixa-te andarJá te sobram mundos e caminhosmuito calor cresceu nos pousiossuamos nós a carga enfeixemos carreirosmas tu fica até que o poial se torne calo...»Este extrato [é] de um poema [traduzido] do livro Eternidade das Ervas da Editora  Âncora tem uma palavra de difícil significado no contexto: o que significa acarrejo? Este extrato de um poema do livro Eternidade das Ervas [1] da Editora  Âncora tem palavras de difícil significado no contexto: acarrejo (verbo acarrejar), "acente" (não encontro). Têm dicionário para saber o significado de "acente", ou é uma corruptela do mirandês?   [1] N. E. – Trata-de de uma obra bilingue (mirandês e português) de Amadeu Ferreira (1950-2015), publicada sob o pseudónimo Fracisco Niebro: L'Eiternidade de las Yerbas/ A Eternidade das Ervas – Poemas (Es)colhidos, Lisboa, Âncora Editora, 2015
Os infinitivos precedidos de preposição
e o pronome pessoal átono (clítico)
A frase «O senhor João compromete-se a cumprir as regras no que diz respeito ao conteúdo do equipamento, que lhe é fornecido pela empresa, bem como a não estragá-lo ou transferi-lo», uma construção que é muito comum, mas, a meu ver. está errada. Ela não deveria terminar com «bem como a não o estragar ou [a não o] transferir»? Este exemplo que apresento acima é um erro, a respectiva construção é facultativa, ou é a única solução possível? Indico mais dois exemplos. Para mim, o  correcto (e única solução possível) seria: «O serviço pode ajudá-lo a melhorar a sua empresa.» Para mim, incorrecto (deveria ser «para o ajudar»): «Oferece um conjunto de serviços para ajudá-lo a melhorar o desempenho.» Muito obrigada.
«Pessoas a pedir/a pedirem ajuda»
Gostava de ter um comentário a estes quatro títulos de jornal, um deles, o primeiro, de hoje mesmo, no Correio da Manhã. Há menos médicos a pedirem a reforma. Há menos pessoas e empresas a entrar em insolvência. Há menos famílias sobre-endividadas a pedirem apoio à Deco. Há mais pessoas a pedir ajuda por sofrerem agressões dos filhos. A mim parece-me que o correto seria «há menos médicos a pedir a reforma». Mas numa busca na Internet parece que há títulos idênticos para vários gostos [...]. Obrigado pela atenção.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa