Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Sandro Pandolpho da Costa Assessor Vitória, Brasil 15K

[Pergunto] se a expressão «condição sine qua non» (ou seu plural «condições sine quibus non»), cuja tradução (não literal) seria «condição indispensável», [será] um pleonasmo chique, pois uma CONDIÇÃO para algo acontecer seria, por natureza, uma circunstância indispensável a tal acontecimento.

[...] Eu não [poderei] classificar a expressão em referência (aprioristicamente) como pleonasmo, pois a palavra condição possui diversas acepções que não remetem à circunstância de indispensável. Perfeito.

A dúvida que persiste é que, numa das acepções, abaixo transcrita, a palavra condição teria o sentido de «indispensáve»l, no dicionário da Infopédia, [...]: «3 – situação ou facto indispensável; cláusula; imposição; exigência.»

Portanto, [...] pergunto: o uso da expressão «condição sine qua non» especificamente no sentido supracitado, no qual a circunstância de indispensável aparece subjacente tanto à palavra condição, quanto ao restante daquela expressão (o trecho sine qua non), configuraria, portanto, pleonasmo?

Pela própria razão ora esboçada, entendo que sim. Estaria certo?

Agradeço a atenção, reiterando os parabéns ao Ciberdúvidas, pelos relevantes serviços prestados ao debate científico!

João Nogueira da Costa Almada, Portugal 9K

Segundo todos os dicionários, a palavra alcateia tem origem árabe, com o significado de «rebanho, bando»1.

Será possível saber-se quando, como e por que razão é que este significado, por extensão semântica, evoluiu para «bando ou grupo de lobos»?

Muito obrigado. 

1 No Dicionário Houaiss, lê-se: «ár. al-qaṭīḤ ‘manada, rebanho’, der. do v. qaṭaḤ ‘dividir, separar parte do todo’.» O Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa, de Adalberto Alves, regista: de الـقـطـيـع (al-qaṭîʿ), «o bando», «o rebanho». O Dicionário Infopédia em linha diz-nos: «Do árabe al-qatai'â, «"ebanho".»

Luís Costa Correia. Lisboa, Portugal 2K

Na introdução da vossa página inicial refere-se que este serviço é gracioso.

Creio contudo que deveria ser dito gratuito em vez de gracioso.



Misael Abreu Professor Simão Dias, Brasil 22K

No período «O transporte é público, já o corpo da mulher não», a palavra pode ser considerada uma conjunção?

Observo que ela acrescenta, de alguma forma, uma ideia de oposição, como se fosse uma conjunção coordenativa adversativa. No entanto, não consegui encontrar nenhuma gramática que a classificasse dessa maneira.

Existe uma lacuna nos manuais ou essa classificação de fato não é possível? "seria, então, um advérbio? Que circunstância indicaria? E que diferença de sentido existiria entre o uso dessa palavra e de mas, por exemplo?

Pergunto ainda se a pontuação da frase em análise está adequada.

Obrigado.

Carlos Garcia Professor Porto Alegre, Brasil 6K

Gostaria de saber se está correta a substituição de portanto por pois nesse caso:

«João não tirou a nota mínima na prova. Não pode ser aprovado, pois.»

Obrigado.

Sofia Silva Técnica de educação Braga, Portugal 2K

"Rocha-mãe" ou "rocha mãe"?

"Raposa do deserto" ou "raposa-do-deserto"? "Papagaio verde" ou "papagaio-verde"?

Com ou sem hífen?

Maria Martins Reformada Lisboa, Portugal 4K

Atualmente, utiliza-se frequentemente a palavra racional no mesmo sentido que se atribui em inglês a rationale. Ou seja, como um conjunto de razões ou argumentos que constituem a base lógica de uma ação ou convicção (exemplo: «não entendo o racional da tua decisão»).

No entanto, esta utilização de racional como nome (e não como adjetivo) não parece ser legitimada por nenhum dicionário. Com efeito, racional, como nome, apenas se encontra dicionarizado no sentido de «ser pensante».

Podemos admitir a utilização de racional daquela forma, ou trata-se de uma importação abusiva do Inglês?

Mário-Miguel Couto Engenheiro civil Ílhavo, Portugal 2K

Ouvia, por vezes, o meu avô Alcino dizer que estava "esgalfo". Pensei sempre que quisesse dizer que estava esfomeado.

A verdade é que agora não encontro o significado da palavra "esgalfo", como se não existisse...

Será que de facto não existe e eu ouvia-a sendo outra a palavra proferida pelo meu avô? Será que me podem esclarecer?

Bem hajam.

Eduardo Rios Estudante São Paulo, Brasil 2K

Sei que, diversamente do pronome ne do italiano ou en do francês, o pronome português lhe usualmente não pode empregar-se no lugar de um complemento introduzido pela preposição de, mas gostava de saber, especificamente, se é correto dizer «o uso que se lhe faça», em que o pronome lhe se substitui ao complemento introduzido pela preposição de («de alguma coisa»).

A frase soa-me correta, mas não sei se estou a contaminar a nossa língua com um italianismo (em italiano dir-se-á perfeitamente «l'uso che se ne faccia»).

Muito obrigado pelo excelente trabalho que já tanto me ajudou e ainda ajuda!

Lucas Pereira Novaes Professor Vitória da Conquista, Brasil 5K

O uso das conjunções coordenativas em final de período é gramatical?

P. ex., em construções como «Ontem choveu; não levei guarda-chuva, porém», ou «Não estudei para o exame, não fui aprovado, portanto?.

Se for, qual seria a pontuação correta para essas orações?

Grato.