O possessivo sua pode, em contexto poético, ter uma só sílaba métrica. Trata-se de um caso de licença poética, na terminologia de alguns autores.
A palavra sua tem duas sílabas gramaticais. Todavia, como é sabido, em contexto poético e para efeito da métrica de um verso, nem sempre as sílabas gramaticais correspondem às sílabas métricas. No caso em apreço, transformou-se o hiato existente em sua (su-a) num ditongo, que permite que a palavra se pronuncie com um só sopro de voz (/sua/). Como afirmam Cunha e Cintra, «esta passagem de um hiato a ditongo, por exigência métrica, chama-se sinérese» (Nova gramática do Português Contemporâneo. Ed. Sá da Costa, p. 672).
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