DÚVIDAS

Questão estilística
Não sei se estou a escrever para o endereço certo nem se me é permitido opinar acerca da controvérsia gerada pela crítica do Sr. José Mário Costa a uma tradução da empresa "Ideias & Letras" mas mesmo assim vou fazê-lo. Tendo lido um artigo no jornal "Expresso" acerca do "caso" Ideias&Letras, fiquei curioso acerca do que havia sido escrito (que até foi notícia no "Expresso") pelo que consultei pela primeira vez o www.ciberduvidas.com (Um "site" que defende o Português não deveria ser .pt?). Não sou, certamente, um purista da língua, nem tenho semelhante presunção, mas ao ler a resposta da colaboradora da "Ideias & Letras" surgiu-me uma dúvida de Português. Quando na resposta " 'Assassínio cinéfilo' 4" a Sra. Paula Fidalgo, que por acaso foi a colaboradora visada, escreve "[...]onde se calunia, mente-se e ofende-se de ânimo leve." não estaria mais correcto "[...]onde se calunia, mente e ofende de ânimo leve"? Não quero com esta pergunta dar a ideia de estar a defender a posição do Sr. que escreveu o artigo mas simplesmente tirar uma dúvida (até porque conheço uma tradutora e tenho admiração pelo seu trabalho). Na minha opinião, é sabido que existem alguns erros nas traduções (por ex. as duas cópias do filme "Sneakers" a que tive acesso em dois clubes de vídeo distintos e que nem assinadas estavam) mas "não havia a necessidade", como diria o Diácono, de empolar este assunto com acusações "recíprocas" de analfabetismo, como foi o caso. Salvo a Dra. Edite Estrela, julgo que uns e outros vão cometendo alguns "equívocos" quiçá devido ao facto de serem humanos. I tenhu ditu, PS: Esperu qui esta memsagen isteja insenta de grailhas e errus. Na sua elaburassão foi utelisado um Sextium a 1Ghz, o dissiunário XPTO v.2000 que contém mais di 100 milhões di palaivras e o currector gramatical OTPX v.5000 com mais di 200 milhões di regras di bom portugueis, UAi!
Espelho "vs" réplica
Quando se traduz do inglês alguma expressão nova para designar novo conceito relacionado com a técnica, há a tendência para utilizar em português a palavra ou expressão literalmente mais próxima. Contra esta tendência, quando estudei inglês o professor avisava constantemente: cuidado com os "false friends". Estes estranhos amigos da onça, que parecia nos facilitavam o trabalho, eram uma forma simpática de designar estas palavras ou expressões que, traduzidas à letra, designam em português coisa diferente do significado original. Por isso, quando não há cuidado com os "false friends", o resultado fica à vista: em português, alguma vez "adição" significou "vício"? Já agora, não será mais aconselhável usar o termo réplica em vez de espelho para designar a retransmissão do Ciberdúvidas numa Intranet em Bruxelas?
Verbos e não só...
1. Gostaria de, primeiro que tudo, deixar uma sugestão. Porque não acrescentar no título das respostas o nome próprio do consulente, para facilitar a pesquisa? 2. Penso que uma das três questões que coloquei ainda está em aberto, ou então foi respondida, sob um título, que me escapou. 3. Tudo o que é bom pode melhorar. Assim o Ciberdúvidas, além de ser um (excelente) esclarecedor disso mesmo, dúvidas, poderá também ser um local de diálogo. Quando questionei a ausência de verbo numa frase, o motivo foi a sensação de que a escrita passa por fases (modismos) que o futuro mostrará, ou não, a sua fixação à linguagem corrente. Claro que a liberdade literária tudo ou quase tudo permite, quando o escritor consegue transmitir a ideia de qualidade. Vejamos então a situação no concreto. Tomemos a seguinte construção: «(...) bebés atirados contra a parede, mulheres violadas, velhos decapitados. Em aldeias do fim do mundo, lugares obscuros, sem hotéis de cinco estrelas, nem minibar.» Em questão a segunda frase, e mais concretamente a colocação do ponto final antes de "em aldeias". Nem se discute a qualidade literária de quem subscreve esta frase, cujo nome não vem ao caso, mas seria necessário aquele ponto final? Querem comentar?
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